domingo, 19 de outubro de 2008

Ich liebe mich

Tire suas sandalhas que este território é sagrado.
Recolha seu lixo e despeje em outro lado.
Não deixe sua podridão em mim quando passar pelo meu caminho.

Ja estou entalada de lixo que não consegui digerir.
O fedor do meu interior exala e contamina todos ao meu redor.

Respeite-me.
Se tu não sabes respeitar os outros, recolha-te.
Mas respeite o solo que pisa...como disse o poeta,

''Se tivsse panos bordados dos céus, eu espalharia sobre teus pés;
Mas sendo eu pobre tenho somente os meus sonhos;
Eu espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés;
Pise com cuidade porque estás pisando nos meus sonhos''

Então, tire seus sapatos e respeite meu território puro, não quero suas mazelas.
Se precisares de ajuda estendo minha mão, mas não me suje, não suje meu mundo.
Não roube meu amor por mim mesma, não compartilhe comigo suas desgraças.

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Boicote

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segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Na Minha Pele


De tudo que escolhi para ser eterno intocável e inabalável, sobrou só a mim.

Eu, eterna intocável e inabalável.Mesmo que eu seja mortal, violada e desabe demasiadas vezes.

Eu, que mudo constantemente como qualquer coisa cuja existência faça parte desse mundo, defendo até o coeficiente das minhas alterações.Do que fui, do que sou do que serei, defendo cada instante, casa segundo de ser.Respeito meu passado, minhas escolhas erradas e certas, defendo pelo simples fato de serem escolhas escolhidas, e não algo que deixei no meio do caminho sem identidade nem nome e letras grafando estas páginas obscuras e sublimes.

Eu, estas páginas manchadas sou eu, seja feio ou bonito, não importa.

E por mim, pelo que escolhi de eterno enquanto viva estou, defenderei minha identidade mutante, estranha e indesejável onde ela for.

Não haverei eu de renunciar ao meu nome, e sim você renunciar sua imposição a alguém que não se curva. Se me curvo, será para igual ao bambu com o vento, que flexível deita na tempestade e logo em seguida corta a correnteza sonoramente como uma rajada e onipotência.

Eu, sim sou meu deus.

Só eu que choro por mim, meus sorrisos para mim são meus, e mais de ninguém, minhas dores nunca serão suas dores nem minhas vitórias serão suas vitórias.

Se queres fazer parte de mim e que eu te adere ao meu corpo assim como aderi minhas tatuagens e estes desenhos na pele, se queres fazer parte da minha pele ou do meu corpo para que eu te leve junto com minha eternidade, esteja comigo então assim, perto como a tinta dentro da carne, e fora como a tinta aos olhos alheios, esteja comigo perto e presente e vivo como cores ardentes.Me orgulharei de você e carregarei assim como carrego estes desenhos que amo, amarei você mesmo que no futuro você perca o significado, amarei aquele momento que te gravei em mim, passado marcado para não ser esquecido.

Pois eu disse e repito : cada parte e cada minuto de vida carrego comigo.


Não nego, não arrependo, nunca, isso afirmo : cada segundo de vida levo para meu curto infinito.


Esse espaço entre a vida e a morte cujo meu corpo de carne pertence.Após isso é podridão, quem sabe um Deus mais eterno que eu esteja de fato lá...onde agora parece não estar.
Eu estou para mim.


Do mundo só resta eu, defeituosa assim, perfeita.
Eu só posso me achar perfeita nessas deformidades que fazem o desenho que sou, para isso existo.
E digo, não nego, não me pinto de preto, sou cores.Muitas.
E digo, não nego, vôo sem medo, sou asas.Muitas.
Pássaro Colorido.

Por tintas na pele, a única coisa estável na minha instabilidade ontológica( de ser em Ser ).Tintas e formatos, linhas e cores.Flores.E a Liberdade que busco.

Digo, Eu: árvore, negra , de tronco nodoso e agressivo me estendo até a luz do dia e de flores a delicadeza se expressa quando uma vez ao ano, a cerejeira respira.Árvore, cujas raízes se estendem também pelas trevas inerentes ao corpo humano.Trevas: o saber, a árvore da sabedoria, do fruto proibido eu sou.Eu sou. Eu sou.

Essa sabedoria

Essa proibição

Essa beleza

Essa agressão

A rosa das rosas, vermelha rosa solitária num asteróide sem mais vidas habitadas, o pequeno príncipe já se foi.Resta Eu, rosa, com espinhos e três folhas.Pétalas vermelhas-sangue de Cristo.
[aquele derramado por amor]

A rosa humana, tão breve se estabelece entre aquele tempo do nascer ao morrer.Brevidade, precariedade de tempo e sublime delicadeza,

Se contrasta com a singularidade beleza
Que está prestes a secar, definhar...e perecer.
Com apenas meus espinhos para me defender.
Meus.

E de tudo o que mais há para ser conquistado é a Liberdade triunfando sobre a submissão: Subversão.
De mim, de você, da ordem, da desordem.
Liberdade de pensar, de viver, de morrer.
De colocar em mim o meu querer.

Na alma, no coração.

E principalmente no óbvio : Na minha pele.

E tudo isso, Eu, é nada mais do que o mais importante : meu Ser.

Liege S Adjüct

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Je ne rigret rien

Queria ser igual a quem tatuou essa frase e quem vai tatuar '' Shikata Ga Nai''.
Je ne rigret rien = não lamento nada
Shikata Ga Nai = é um lema japonês que fala mais ou menos sobre a força das coisas que acontecem, inevitaveis.

Eu não, sou cheia de arrependimentos.
Coloco a mão na cara efalo ''putamerda'' que foi que eu fiz.Ainda bem que nem tudo é irreversível...
Há malditos dois anos estou cagando na minha vida.As situações boas vêm e eu acabo com tudo.
Como vou acreditar nas minhas decisões ou na minha capacidade de decidir, escolher e viver se eu fiz tanta merda?
Fica a questão.

E uma musica.
A original é em alemão.

Golpe na felicidade

Lá fora começa a clarear
Ela ainda está lá
Onde nada a perturba
Seu aniversário
Na noite passada
Ela já não pode mais ouvir

Você não quer se ver voando?
Na luz da escuridão
Exponha seu dom
E todas as coisas ficarão mais fáceis
Perante de seus olhos

Seu primeiro golpe na felicidade
As feridas restarão pra sempre
Um momento precioso
Assim como cada momento ruim
Sombras e luz
Pare de observar
Ela não volta mais

Lá fora começa a clarear
Porém, a noite não tem fim
Qualquer mão cobre seu rosto

Todo tempo ela sofre
Ela está completamente sozinha
Até que na ultima noite
Seus olhos não choraram mais

E novamente golpeia a felicidade
As feridas restarão pra sempre
Um momento precioso
Assim como cada momento ruim
Sombras e luz
Pare de observar
Ela não volta mais

Depois de cada hora
Ela precisa impelir novamente
Novamente
Depois de cada hora
Ela precisa impelir novamente
Novamente

Todo mundo está observando
Ela não da à mínima
Ela precisa

E mais uma vez golpeia a felicidade
As feridas restarão pra sempre
Um momento precioso
Assim como cada momento ruim
Sombras e luz
Pare de observar
Ela não volta mais

O céu se fechou
E seu ultimo sonho
Permanece sem ser sonhado

.
.
.

Tenho que agradecer...
Agradecer muito.




liege

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Übermensch



Borderline ou Bipolar?
Fodas, odeio ser alguma dessas coisas e ter esses sintomas que enchem o saco.
Fico na duvida se quero ser o espelho da decadência social ou se quero ser um lapso de esperança.
É complicado quando você esta dos dois lados da história, analista e analisado.
[Odeio terapia]

Mas como diz Matanza :
''Há quem saiba o que ninguém mais sabe
E quem veja o que ninguém mais vê''

[adoro Matanza]

Eu dei a sorte [ironia] de ser uma dessas pessoas que vê e sabe demais, assim, que passou dos limites do saudável.Dai vc junta com doenças mentais, personalidade maluca...fica difícil viver né?
E nesse mundo em decadência, você é aquele que se preocupa com a decadência e o decadente em sí.

Hoje eu estava conversando com minha tia que está na Alemanha [inveja] e acabou de chegar do congresso mundial de psicologia [inveja²] em Berlim, e ela estava me falando de uma festa que deram para os jovens futuros psicologos ou sei la o que, e ela ficou horrorizada quando passou pra dar uma olhada, falou que nunca viu tanto piercing , tatuagem [nessa hora eu engoli seco né?]
e que era tudo escuro com luzes vermelhas, e pessoas jogadas pra todos os lados...o que é super comum de se ver, apesar de que no Velho Mundo isso fica mais exagerado.Mas ela falou do sentimento que ela e os outros acompanhantes tiveram em relação a juventude: sensação de decadência.Eu apesar de ter piercings, tatuagens, adorar lugares escuros e ficar jogada poraí, encher a cara e fumar...concordo.No fundo isso não é busca pelo prazer, é vontade de decadência.
Ou uma busca pela culatra.Mas ela é em massa...muita gente tá assim.
O jovem não está fazendo nada mais que o seu papel : espelhando a sociedade e os efeitos.
- Mas precisa se auto-destruir tanto?
Tem coisa que é irreversível.

Tanta coisa me vem na cabeça.
Minha depressão atual, o fato que há dias eu não saio de casa direito...as vezes fico dias sem tomar banho ou comer.
Minhas memórias e emoções me queimando por dentro.
['' Come and rescue me
I'm burning, can't you see'']

A falta de muita coisa...e só resta a vontade de aprender alemão e andar de sakte.E eu tenho vergonha de andar de skate na rua tão mal...apesar de que eu nem ando mal assim.
De receber xingos e diagnósticos do meu médico, e de ouvir que eu sou doente [é ruim ouvir que você está doente] e que eu quero ficar gritando pra todo mundo que estou doente para que tenham dó de mim.
Cansada de ouvir que os traços vermelhos da minha tatuagem ficaram feios.Eu amo minhas tatuagens!!!!
E olhar para minhas duas paredes, uma de frente para outra,
uma escrito [ eis que de madrugada eu acordo do nada e pego uma caneta e começoa escrever nas paredes, isso é assustador não? rs ]
Numa parede : Rette Mich e Der Himmel zieht sich zu ihr letzter traum bleibt ungenträumt
Significa : Me resgate e O céu se fechou e seu ultimo sonho ficou sem ser sonhado.

Na outra parede eis que escrevi ÜBERMENSCH!
Sobre-humano, me referindo a Nietzsche, claro.
Que contraste!!!
E quis então tatuar isso, Übermensch.
Mas não sei onde.Só que agora fico pensando se vou parecer uma coisa decadente cheia de tatuagem. Mas essa palavra é forte! Igual o Libertas!Sim, vou tatuar, só não sei onde.Mas bem pequeno e discreto.Ou não.Até segunda posso mudar de opinião.
Continuando sobre as coisas que me vem a mente...
Um pouco eleva minha auto estima estar aprendendo alemão tão rápido...mas isso não é nada em relação do quanto ela cai, despenca por vários motivos.
Os bolos das várias pessoas que ando tomando, daí pendo FUCK ALL.Nascemos sozinhos, morremos sozinhos.
O melhor é fazer como todos, buscar um espaço ao sol e que se fodam os fracos.Não quero mais ser fraca, porque simplesmente eu não sou, quem sabe sabe, e estas pessoas se frustram ao me ver agindo como um verme.Eu entendo porque algumas pessoas querem me esganar.Elas dizem, ''você é a Liege porra! A LIEGE!!!!''...dai eu me olho, porca, feia, medigando mesquinharia.Fuck fuck fuck!Essas pessoas (pai,mãe,psiquiatra,fred,auad,mariana,etc) às vezes são tão violentas que vão lá nas sombras onde eu me escondo junto com a podridão e me puxam pelos cabelos para o sol.E eu resisto sem saber.Acho que isso é digno...arrastar a pessoa.Ajudas ''bonitinhas'' nunca adiantam.Eu não quero ajuda, eles me chutam na barriga e falam...lute pelo seu lugar ao sol!
Eu vomito sangue e acho bonitinho, mas algo em mim surge, é a ira, a vergonha, o DESEJO DE PODER, ÜBERMENSCH.E ele é violento as vezes...vai sair bicudando quem estiver na minha frente, arrastando gente da escuridão para luz também...comigo virão alguns não-vermes.
Mas eu vou, primeiro.Deixar de ser verme...deixar de esperar.

Essa parte é boa.
Criar meus objetivos e segui-los sem olhar para nada.Igual minha tia faz...
E a solidão me assusta tanto, assusta ela também...mas somos sós.
Meu medo de solidão me faz ser um verme ridículo.Tanta coisa faz ser um verme que não sou.
Eu estou podre, meu coração está podre.
Eu não sei o que é amor.

[ We die when love is dead
It's killing me
We lost the dream we never had
The world in silence
Should forever feel alone
Cuz we are gone
And we will never overcome]

Sei apenas o que é raiva, ódio, agressividade...e prazer em agrdir.Por que?

''Pare de sentir prazer em ser o pássaro pintado, apenas aceite...mas não sinta prazer nisso.Não se pinte mais.''

Ser Pássaro Pintado é ser BIZARRO.
E minha vontade de causar impacto, repugnância e medo nos outros.Talvez seja vontade de sacudi-los e dizer ACORDA!!!!!!!!!!!! Olha o que vocês estão fazendo com o mundo!!! Olha o que você está fazendo comigo!!Fazer alguem pensar...alguém vomitar a podridão que tem dentro de sí e ser um humano de verdade.Mas pessoas que se dispões a ser assim, a fazer isso se destroem demais...eu me destruí pra mostrar essas merdas, pedir atenção...e quebrei, e fiquei feia...deixei de ser uma fonte de luz.Eu por natureza sou fonte de claridade, sempre fui...até na escuridão eu sou.[Eu sou]
Meu brilho é forte até demais.
[você seria capaz de ser o sol]

É isso que eu sou...um Pássaro Pintado, doente, brilhante. [hahaha]

Como eu gosto de dialética vou pensar numa maneira de me salvar, acordar o mundo, salvar os outros, e realizar meus objetivos.Sem me destruir, sem te destruir.
Coisa para um Übermensch mesmo. =)
Para alguém podre, lutando pra sair de uma depressão, lutando contra sintomas de doenças mentais, contra rejeições e lembranças tristes...é um objetivo e tanto não? NÃO! Isso não é nada!!!Não vale nada, é apenas o que tem que ser feito, por dignidade, ou por vergonha.
Seria ultrajante continuar me vangloriando da minha desgracinha.

Hoje, sexta feira.Enquanto esta todo mundo saindo. Estou aqui...dizendo...

[Se eu falar sobre o que não entendem
Poucos escutam,muitos se ofendem - Matanza ]

Estou aqui quase sem nada.
Sem muitos amigos, sem companhias.
Mas com o suficiente.Com o que eu quero e com o que eu preciso.
[Os mosquitos almejantes de luz logo virão, sem você querer, chamar ou precisar]

Desculpa minha atual agressividade, não desenvolvi amor ainda...to no processo de gratidão.
Nesse momento, na verdade em muitos momentos, sinto a vontade de gritar muito, quebrar coisas, destruir...dizer que tudo fede, que todos são vermes, e falar o tanto que tudo me machuca.
Nessa decadência eu chego ao fim.
No fim eu me encontro...o Übermensch está aí, no fim, na finalidade do ser humano : se superar.
Está tudo bem interligado dialeticamente. [sorriso]

Então te encontro nesse ''über ende der welt''! ;)
Komm!




Liege S. Adjüct


Borderline ou Bipolar?
- Übermensch!

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Naufrágio




Aquela coisa sabia nadar quando caiu no mar.
E afundou, novamente, como tantas vezes, igual uma pedra.
O mais incrível é que ela sabia nadar, já tinha aprendido.
Mas ela se deixou afundar, mesmo não querendo afundar...porque ela queria ser salva dessa vez.
Mas é tão estranha a situação, porque ela sabe que é quase impossivel ela ser salva, só que ela certificou-se que cada vez que ela nada para cima e se salva...um efeito colateral surge.Ela entra mais para dentro da sua própria carne, e esquece que existem mais pessoas no mundo , afinal...
no seus afogamentos ela nunca via ninguém para de fato, pular , pega-la e faze-la voltar a respirar...
Jogam boias.Mas ela tá lá no fundo...não tem como chegar às boias.

Então esse momento fica gravado na mente : solidão.


Então, geralmente antes de morrer, ela tira força de algum lugar que não sabemos da onde e nada com forças absolutas e volta pra superfície, respira e grita o toda força dos seus pulmões algum tipo de ira.Um grito que significa muitas coisas. Que diz, sobrevivi...sem vocês.
Como se estivesse nascendo.

É sempre assim, uma queda é tão medonha e confortável.
Ela cai do alto para o mar...é como se entrasse para um útero enorme.
Ela se esconde...fica confortável alí.
Mas morre cada dia que passa.

Então ela tem que renascer.
Como se nascesse de uma mãe morta que não pudesse fazer forças, ela faz a força para sair do buraco. E grita para mostrar que está viva.

E ela sempre diz, a cada vez que morro , a cada vez que tenho que nascer...me torno outra pessoa.
Conquisto coisas boas.
Mas a marca do isolamento, da solidão e do pânico, ninguém tira.
A marca da asfixia.

Ela nunca vai embora...
E elas ficam tão nítidas que ela convive com essas coisas mais do que com as pessoas...
Afinal, não tinha ninguém lá.


Quando ela se recupera, ela se ergue, limpa...e forte, e ilumiada de vigor e energia.
Todos fazem como aqueles mosquitos que grudam nas luzes.
Ao seu redor fica um mar de pessoas.
Mas cada naufrágio que ela sobrevive, menos pessoas ela passa a enxergar.
Então...às vezes muitas pessoas estão ao seu redor, mas ela esqueceu da fisionomia do ser humano...e continua vendo apenas um mar de solidão.


.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Nas linhas de sangue




Foi naquele momento, que seu corpo parecia ter virado vidro...não! Era sua alma que era de vidro...e ela ficou com o corpo aberto por alguns anos, vou contar como ela abriu o corpo em breve, continue lendo apenas...
Com o corpo aberto ela foi tomando as pedradas direto na alma, no vidro, no espelho.Não havia mais proteção, o vidro era forte, resistiu, balançou, caiu faíscas , pedaços, buracos...e sua estrutura foi ficando decadente...pedaços sustentavam pedaços, e um dia...uma pequena pedra que veio aleatoriamente destruiu o alicerce que ligava os pedaços moribundos...

[ tudo começou com uma coisa simples ]

Foi uma cena única.
Uma alma despedaçando.Desmoronando encima do corpo.
Foram pedaços de vidro para todos os lados, e a maioria cravando na pele desse corpo...
Tudo desmontou como aquelas estruturas de lego vagabundo.
Os ossos desmontaram enfiando pelos órgãos, empalando cada pedaço...
Eu nem falo da parte do sangue, que jorrou como uma cachoeira.

[ as coisas simples destroem, são pedrinhas que fazem a diferença ]


Ficou aquele monte de carne fresca, ossos quebrados e vidro, muito vidro...espelhos, cada parte refletindo algo daquela alma.

[ Esse facto não é tão incomum assim , muita gente se parte de alguma maneira ]


Os dias passaram.
A carne começou a ficar podre, os urubus sentem o cheiro, se aproximam.
Até que o ser quebrado, falido...começou a pensar, seu cérebro tinha apenas um caco de vidro e um pedaço de osso.Mas funcionava. Ela pensou...e começou a se esforçar...ela tinha que se montar, se costurar.Não havia linha...ela então se lembrou dos bons tempos, dos seus amigos, das pessoas que ela amava, das pessoas que valiam a pena, então...surgiram belas linhas coloridas...de seus ossos ela fez uma agulha...já tinha tudo que precisava.



[ Vocês são minhas linhas. ]


Mas tinha que separar os ossos.
Tirar os cacos de vidro da pele.
Montar os ossos
Costurar a pele.

[ ela sabia fazer isso tão bem , quantos corpos alheios ela já havia costurados, ossos , montado...
ela sabia muito bem de salvar coisas alheias. Agora ela estava num deserto...não havia ninguém , só urubus...muitos.Ela tinha que se salvar sozinha. ]

Foi assim que começou...tomou coragem, tava doendo tanto...
E a noite dos desertos são frias.
Ela começou a gritar muito.Todos os dias.
Mas isso atraía os urubus e as pessoas se incomodavam em ver sua agonia.

[ Quem gosta de ver nos fragmentos partidos do espelho de uma alma quebrada seu próprio rosto o julgando, acusando sua negligência, sua culpa, e principalmente, seu próprio estado decadente...ninguém gosta de ver um estado eminente.Ninguém gosta de sentir responsabilidade pelo estado dos outros.]

Ela então parou de gritar.
A primeira coisa que costurou foram seus próprios lábios.
Com belas linhas brancas.

Quando queria gritar ou chorar ela enfiava a cabeça num balde que deixaram perto daquele escombro orgânico, já que ela chorava tanto , molhava tudo...o balde seria útil, ela chorou lá dentro.Quando queria gritar enfiava a cabeça na água salgada e movia os lábios nas linhas e emitia um som gutural...assim ninguém ouvia.
Ela também bebia aquela água. Era a única que tinha, amarga, salgada, suja...
Ela aprendeu a dar valor a cada lágrima e ver que cada gota era um segundo de vida que surgia, que lhe dava força para fazer o que deveria fazer...

[ Save yourself ]

Então começou a tirar os cacos de vidro da pele, da carne...
E gemia, gritava em silêncio.Chorava.Bebia.
Tirava aquele pedaço de seus pulmões...
costurou sus intestinos, as pernas...os músculos, tudo cheio de cicatrizes.
Mas depois de limpar tudo e tirar os ossos e espelhos...ela percebeu que três coisas tinham se perdido e ficaram inutilizadas.

Sua alma. Se tornou um monte de pedaços de vidro espelhado com momentos tristes, os felizes se tornaram a linhas coloridas que agora cobriam cada ferida.
Ela não queria aquela alma mais.Sem brilho, sem amor, sem fé.

Seus ossos, também quebrados , fracos...

Seu coração.Onde o maior pedaço de vidro e osso havia se enfiado...deixando-o impossível de costurar, virou uma sopa de pedacinhos de músculo...não batia mais.

Esse ela jogou para os urubus. Eles, agradecidos lhe deram um par de asas de presente, ela colocou no lugar do coração, e estas asas negras começaram a bater bombeando seu sangue...
O sangue que ela conseguiu recuperar, que as pedras do solo devolveram por compaixão...que os cactos absorveram e por virem seu esforço dera-lhe de volta, só suficiente para que tudo voltasse a circular. Um novo sangue viria limpando o fedor do velho podre e oxidado.

Seu coração fora destruído e seu amor havia se espalhado pelo deserto.
Ela amava os urubus, as pedras, a areia, os escorpiões, as cobras, os cactos.
O sol que ajudou a secar as feridas.
Ela passou a amar o deserto...e sabia que por ele havia muitos ossos de animais mortos.

Ela então passou a rastejar pelo deserto como as cobras lhe ensinaram, a procura de ossos...para se montar, e levantar.
E ela foi achando aos poucos.
Quantos dias ela chorava por não agüentar mais.
Mais um pouco...rasteje.
Ela encontrou pedaços e pedaços de ossos, e juntava.

Um dia conseguiu o que dava para montar um esqueleto inteiro.
E engoliu cada pedaço de osso.
Eles foram tomando os lugares vagos...e ela sentiu que já tinha uma estrutura.

Pela primeira vez ficou de pé.

Agora faltava achar sua alma.
Criar...
E quem sabe um coração de verdade, dai quem sabe aquelas asas pudesses ir para suas costas, e ela poderia voar.

Ela era agora apenas um corpo fechado, costurado com toda força do mundo com linhas coloridas.
Refeito por si mesma, pela dor de tirar cada dia ruim, cada mágoa.
Apenas havia cicatrizes.Ela nunca esqueceria.
Seus lábios ainda eram costurados...mas sorriam. Os olhos sorriam.

Muitos dos que passavam achavam um horror aquela figura.Achavam-na triste...
Era apenas as marcas.Talvez a falta de uma alma e um coração.
Mas ela era feliz, feliz por orgulho a sua força, por ter uma busca.Por mesmo sem ter coração ou alma, ela ainda preservava virtudes.

Ela ainda amava as coisas todas.
Ela preservou o respeito, o carinho, a compaixão...coragem, força de vontade.
Aprendeu a dar valor a todas as coisas e situações.

Sempre que via um corpo quebrado, ela lhe ensinava como criar linhas...e sempre tinha agulhas feitas daqueles ossos inúteis, ela fez muitas agulhas.E dava a estes corpos, tava alguns pontos e dizia em silêncio : salve-se. Sorria com os olhos.Limpava as lágrimas sempre...bebia-as...aprendeu a saborear as lágrimas.
Ás vezes encontrava corpos desmaiados...ela não conseguia deixá-los lá...costurava-os escondido. Ia embora em silêncio.
Ás vezes ela só estava lá para beber as lágrimas de gente que temia tanto chorar...

E algo começou a nascer dentro de seu corpo...sim, aquelas lágrimas...ela bebia, por amor, compaixão, por entender a condição humana...elas se condensaram e começaram a dar origem a uma minúscula pedra que era a origem da sua nova alma.
Não pense que foi das tristezas alheias que este ser criou a semente de uma alma, e sim de compartilhar a condição sensível e frágil de cada pessoa.

Via a leveza após a enchente.

E ia embora sempre em silêncio.

As vezes ela pensava em romper as linhas que havia em seus lábios.
Mas não...alguma coisa dizia que seu silêncio era melhor.

As vezes ela pensava em um coração.
E uma lágrima escorria em seus olhos.
Ela sabia que coração era o mais difícil.


Durante os dias ela gostava de aprender coisas novas e se superar sempre, sempre na solidão.
Aprendera a conviver com ela.No silêncio.
Durante a noite era o mais difícil...parece que o frio do deserto nunca a abandonava, ela sentia um frio que nunca passava...as noites eram mais agonizantes, o frio lembrava dos momentos difíceis...
Ela abraçava seu corpo e prometia a sí mesma nunca mais se abrir para que sua alma fosse apedrejada.
Alí dentro ninguém entraria.
Nem mais ouviria sua voz.

[Mal sabia ela que por isso sentia tanto frio.
Que ela precisava era construir uma alma inabalável.
Um coração resiliente...
E saber cantar.
O calor viria apenas assim...quando deixasse que abrigassem junto com suas costelas.]



Rette Mich...

domingo, 13 de julho de 2008

Quebrada


Hoje com a alma quebrada, o corpo consumudo, cansado...a mente amarrotada, cheia de nós.
Meu Eu confuso de sí...partido em pedaços esquecidos porai. E uma ferida podre no peito, sem cicatrizar, embaixo do meu vestido vermelho...E eu fico andando cheia de medos do que os outros vão pensar...será que vão sentir o cheiro da minha ferida? Ver minhas asas quebradas.Que vergonha disso tudo que sinto diante do mundo...

Como fui deixar tudo isso acontecer? Estou perdida.

Sorrir fica difícil, perdi o equilíbrio.
Trago apenas palavras escuras...más notícias, carrego mágoas, traições, não consigo engolir tantas aflições!E fico vomitando-as porai, sujando as pessoas ao meu redor!

Ando pelas ruas e as lágrimas não se seguram...escorrem filetes demasiados, e meu rosto sério finge que não há nada, não quero que ninguém veja, e a garganta aperta, e descem agora correntes velozes e pingam salgadas, gotejam quando chegam no meu queixo. Assim, na rua, no ônibus, nos cantos... estou me afogando por dentro.

Busco desesperada alguma coisa que me mantenha elevada e me ajude ajuntar minhas partes, meus sonhos espalhados...alguns quebrados, pisados.E nada...nada aparece nos momentos mais desesperadores....eu preciso me esconder nos cobertores ate o medo passar.

Eu preciso me concertar.
Preciso me achar.



.





Era uma vez a menina dos cabelos vermelhos que distribuía sonhos enquanto os outros dormiam...ela se alegrava tanto de tira-los dos seus cabelos como borboletas coloridas...

Ela sabia que esse mundo podia ser cinzento, e sozinha achou-se capaz de trazer alegria e cor.
Ela acolhia todos os corações partidos em seu colo, todos com dores morais...e as dores demais do mundo...seu vestido era sempre molhado.

Ela distribuía palavras e idéias de força e libertação. Ensinava a resiliência.

Ela possuía asas invisíveis, e sempre que alguém quisesse ela ensinava a voar.

Mas as pessoas começaram a ficar preguiçosas e preferiam montar em suas costas para ver tudo lá do alto.Ela não sabia dizer não.
E um dia as palavras começaram a gastar, seu estoque de palavras se foi...e ela percebeu que pouco se ouviu...e ficou muda. Seu vestido não secava mais, ela pegou um resfriado e foi ficando doente pouco a pouco.Surgiram olheiras e seu cabelo vívido desbotou. E ela descobriu que precisava chorar também, e ouvir, e que alguém a ajudasse a curar a dor nas costas. Mas não havia ninguém.

Vazio absoluto.

Seus sonhos também foram embora.
As borboletas viraram moscas.
As cores desbotaram.

Um dia, tentando levantar uma alma que sofria, ela se quebrou.
Se tornou inútil.Sua mente acabou guardando as mágoas, e seu coração a solidão.
Ela ficava sempre doente...pálida, já descrente, caída no chão.
Ninguém mais lembrava da menina dos cabelos vermelhos, das borboletas, das cores, e das asas , das palavras, do sorriso e da força.

Na perdição do desequilíbrio ela cedeu seu corpo frágil, cedeu sua mente, abriu seu coração...tudo já feito de vidro, que se quebrava toda hora.
Ela não entendia porque não surgia alguém com borboletas, flores e cores.
Alguém que secasse sua roupa e seu rosto.
E montasse seus pedaços.

Ela desistiu desses alguéns.

E por muito tempo morou numa floresta escura, seus pedaços ficavam jogados.
Até que um belo dia um corvo comeu seus olhos...e ela gemeu.
O corvo ficou com dó, não sabia que ela estava viva...

Ela contou tudo a ele.
O Corvo chamou os lobos, e os lobos as abelhas, formigas, lagartas, besouros...
Eles a costuraram, lamberam suas feridas e a enterraram.
- No dia que ela tiver vontade de reviver, reviverá.

O Corvo prometeu estar lá para devolver seus olhos.Na verdade, olhos novos...que ele teceu com fibras de água de modo que fossem límpidos e transparentes...assim todos veriam a bondade da menina, veriam suas palavras, sem que ela precisasse falar muito.


Os animais sabiam da selva humana que era muito mais cruel e sem leis.
Cada um lhe preparou um presente.
Dos lobos ela receberia o faro, a cautela, a audição aguçada.Para que ninguém mais abusasse de sua alma.E a as garras para defender seu direito de dizer não.
Das abelhas ela recebeu a arte de ploriferar flores no mundo...de se integrar.
Das formigas, a organização, a força.
Das cigarras, é claro...a arte de cantar.
Das minhocas e vermes, a arte de entender as profundezas da terra, e trazer ar para o lugar mais denso.
Das borboletas receberia cores infinitas.
Dos pássaros ela receberia penas, das mais diversas, cada espencie lhe daria um pouco...um monte de penas coloridas paraformar sua asa.
E assim foi...cada um com seus presentes.

Até o dia que ela renasceu.
Embaixo da terra, com sonhos começando nascer...com o descanso a seu dispor, como uma semente ela abriu num dia de chuva...ela não tinha mais medo de se molhar....A menina cavou para cima muitos metros de terra, e surgiu na superfície...e todos estavam lá.
A chuva limpou a terra.
E cada presente foi dado.
Seu cabelo voltou a ser vermelho...seu vestido colorido e macio.

Ela se despediu de todos deixando sorrisos infinitos.

E voltou a viver.
Com seus dons e virtudes.
Viajando pelos mundos e ilhas onde ficam as pessoas e levando mensagens.
Como antes.Sempre cuidando.
Mas dessa vez ela apenas mostrava as cores e sonhos, quem quisse te-los ou conhece-los...que viesse junto dela...que fizessem trocas justas.Que saisse de sua armadura.
E ela então ensinaria a voar, a ser como a terra, a ser eterno....a Ser.

Essas coisas valiosas dentro de nós não são incondicionais.
Incondicional é só o amor...que por sua vez também é ser mútuo.

Mesmo que ela quisse dar tudo que havia em sua mala, nunca mais terminaria...
Porque ela já não era um ser humano.
Se tornara alguma coisa sem fim.
Era um ser da Terra.

Parte de você, parte de mim.


Liege

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Te Farei Sorrir


Quero desabafar um oceano de palavras árduas e lágrimas salgadas, as vezes de amor , as vezes de ódio.
O ódio vem quando vejo as pessoas que amo sofrer.
As lágrimas vêm quando eu sinto que amo demais certas pessoas e que eu daria tudo por elas.
É como estar presa por uma parede de vidro enquanto vejo o mundo massacrando-as.
Eu quero ir lá, eu quero salvá-las...quero abraçá-las.Proteger, cuidar.
Porque são parte de mim.Por que eu me vejo ali sendo atacada também.Dói...
Quando? Quando o mundo vai aceitar pessoas diferentes?
Pessoas sinceras, pessoas do coração, da alma?Com caráter, dignidade...
É tão injusto ver o que acontece que eu começo a sangrar de ódio, a injustiça me leva a ira.

Então eu vejo que eu sofrer vai piorar a situação...então sei lá de onde tenho que tirar uma alegria sincera também, palavras de força, olhar de confiança, suspiro de esperança...tirar isso de um completo vazio.Me sinto um esqueleto frágil que cai de joelhos e se enterra pra renascer algo com alguma força para emitir isso para quem amo.Para todos.

Estou secando de tanto chorar...são oceanos que fazem qualquer um se afogar.
Mas estou aqui para ensinar a nadar.E que meu amor me faça parar de derramar lágrimas.
Preciso descobrir uma maneira de me salvar.

Levantar a cabeça, enxugar minhas lágrimas sozinha.Ser algum tipo de exemplo de sobrevivência e esperança...para quem eu amo, todas as pessoas, vocês sofrem a dor da realidade de ser um ser humano de verdade.Amo isso em cada um de vocês...seus olhos tristes são reflexo da dificuldade de ser alguém de verdade, que grita, que quer justiça moral, que luta com dignidade , sem ganância, sem agressividade...mas com respeito ao que nos deu origem.

Vamos ter um pouco de coragem para criar um gueto que enfrente o mundo pela conquista silenciosa.A violência do silêncio absoluto, da indiferença.
Gritar a dor de ser rejeitado por ser sincero e real...por não jogar teatros de ilusões.
Por não dar com uma mão e exigir com a outra.
É o ódio mais belo que existe, a fúria de querer resgatar séculos de existência de uma raça...


Acredito que o ser humano é bom sim, como Locke.
Por mais q minha angustia me faça dizer que somos todos cruéis e egoístas, não!
Somos egoístas quando esquecemos que o outro faz parte de nós...que ele sente, que ele chora escondido, engole choro...que vc olha aqueles olhos negros e sérios e vê a frustração e a dor de ser retirado do resto, marginalizado...por motivos banais.

Eu vejo nos seus olhos negros, no seu corpo magro e cansado...no jeito que você movimenta e respira...quando você sofre, parece que algo tira minha respiração.

Eu sinto vontade de cair nos seus braços magros e desenhados e te passar qualquer energia boa que tiver dentro de mim para você, só para que você sorria.Assim como você me deu aquele desenho que foi um dos presentes mais lindos que já recebi...

E fico sorrindo por dentro quando você sorri...brinca, anda daquele jeito engraçado, e o cheiro dos seus dedos de cigarro...e o quanto eu te admiro infinitamente e o quanto eu te amo.E fico feliz por ser sua amiga, e o quanto eu queria que vc chorasse isso que vc guarda no meu colo, eu guardaria cada lágrima, beberia suas lágrimas todas até você não precisar mais sofrer.E te daria um coração novo...novo.Sem as facadas que você tomou.E o tanto que odeio quem te julga.
Quem te machuca...


Pai, eu te defenderia, te resgataria, te daria asas enormes e eternas...nunca deixaria você morrer sem seu sonho de voar...meu sonho é te ver voar, você merece tanto o mundo da leveza, você é tão genial, inteligente e amoroso...e só Deus sabe o que é ter a doença que você tem, e o quanto você foi abandonado.Eu não vou te abandonar mais...não vou deixar ninguém dizer o que você não pode fazer, porque você pode tudo...você é a pessoa mais inteligente que conheço...e seu coração sente essa fúria, só que anos de fúria...eu te amo muito,muito.Você é tão como eu...e eu preciso tanto, tanto de você...E ninguém sabe sobre você,o tanto que você é perfeito...


E ela?A suavidade que me acalma.Os olhos enrugados que amaciam meu desespero...
As mãos ásperas de ser a heroína de uma família falida que ressuscita.
Quem ouviu todos os gritos, choros, quem chorou sempre em silêncio...quem fez a comida, lavou as roupas que sujei.Limpou toda minha sujeita, suportou todas nossas crises, seu corpo de anjo não está agüentando mais, vc cai aos poucos, se apóia nos cantos...e diz de
manhã cedinho que Deus trouxe-lhe uma vitória...e o tanto que eu te acusei de negligente...
Você que me carregou pro hospital quase morta...chorou no meu leito metálico e frio, sabendo que aquele estado fora minha escolha.Você sofreu por quem vc ama querer morrer.

E eu? Agora vivo por você. Por vocês...
Assim, sentindo todo esse desespero sufocado, as vezes escancarado pedindo socorro...
Eu, depois de me matar...sentir meu coração parando e vendo minha mãe chorando, meu pai sério,com medo de chorar...pela minha estupidez de culpá-lo...culpar quem precisava de mim.

Sou grata todos vocês por de darem agora a paixão pela vida, e por eu ter aberto os olhos,respirado, refeito meu coração para amar cada defeito, cada imperfeição,para amar as coisas como elas são...eu então encontro o sentido da vida olhando nos seus olhos, eu vejo que há em comum...além do histórico de abandono, traição, doenças e desespero...além da assimilação de dores eu vejo a condição humana...e a paixão e o desejo por viver, a exaustão que não nega mais um passo. Somos isso.

Estou ao seu lado, sempre.
Todos vocês, e todos que não citei, mas se incluem.
Basta serem seres humanos, já é o bastante...eu amo-os, sempre.Seja quem você for.
Com os defeitos que você tiver, com suas incapacidades...amarei suas deformidades, e serei orgulhosa de suas virtudes, estarei aqui para proporcionar mais e mais virtudes, mais sorrisos, menos lágrimas...e trazer um alívio no peito.

Eu sei o que é ser estranha, bizarra, sincera demais...amarga, ácida.
Rejeitada, incompreendida, omitida, marginalizada, já senti o desespero de existir.Nem q seja numa escala pequena.Eu conheço a doença.Conheço o pecado da negligência, da injustiça...tenho ira nos punhos e fel nas veias...mas eu prometo a mim sempre diluir, diluir com sangue bombeado
por um coração novo.


Posso prometer com todo meu coração, não vou deixar você quebrar.
Não vou me quebrar.
Vou gritar por todos os direitos negados.
Vou respirar nos momentos que estiverem ruins...olhar nos seus olhos, e vou espelhar coragem, esperança, prometo ter esperança, ter alegria, ter a ferramenta que vai te curar.
Ao meu lado você não vai mais cair, comigo não sentirá só, nem abandono, nem desespero, nem o peito sufocado.

Isso se você quiser escalar essa montanha comigo...aquela, bela que se ergue, cujo cume está tomado de neblinas...com asas e garras vamos subir a conquista dos nossos sonhos, subverter nossas condições negativas, curar nossas doenças, perdoar todos os erros, nossos, alheios...resgatar nossa humanidade, amar a vida...amar tudo da forma que é.

Espero você nessa escalada.
Todos vocês, você que lê esse texto...
Talvez você não me conheça, mas espero que sinta o que estou sentindo...
E entenda as lágrimas,o ódio...e o amor. Principalmente o amor incondicional.
Prometo não te julgar.
Prometo não correr quando você me mostrar seus monstros.
Seus demônios, sua deformidade.
Prometo deixar você chorar nos meus ombros.
Prometo estar com você quando vc precisar.Basta pedir...
Prometo respeitar seu silêncio.
Sua solidão.
Acima de tudo, respeitarei sua opção.

Por que, seja lá quem você for saiba que alguém entende uma fração da sua existência, e ama essa fração.

Mas antes, um segundo antes, eu terei que me erguer.
Terei que me amar.É tão difícil.
Eu...imperfeita.

Mas por você eu faço, por vocês...porque eu sou cada um de vocês.

Obrigada.

Meus olhos já estão secos, e amanhã estarei mais forte.

E te farei sorrir.



Liege


segunda-feira, 30 de junho de 2008

Olhos

''A consciência moral, que tantos insensatos têm ofendido e muitos mais renegado, é coisa que existe e existiu sempre, não foi invenção dos filósofos do Quaternário, quando a alma mal passava ainda de um projecto confuso.
Com o andar dos tempos, mais as actividades da convivência e as trocas gentéticas, acabámos por meter a consciência na cor dos sangue e no sal das lágrimas, e, como se tanto fosse pouco, fizemos dos olhos uma espécie de espelhos virados para dentro, com o resultado, muitas vezes, de mostrarem eles sem reserva o que estávamos tratando de negar com a boca.''
José Saramago - Ensaio Sobre a Cegueira

(a todos)

Não é nas tuas palavras insensatas e incoerentes que vou te definir ou me perder, me enganar ou sorrir. E sim nas coisas que eu vejo...que vejo de olhos fechados.
Cultuemos o silêncio dos olhares e dos movimentos involuntários, impensados e das irracionalidades que vêm do âmago do seu desejo omitido.
Na qual abafas teus ouvidos para as viciadas palavras venenosas e réplicas mentirosas de comportamentos generalizados.
Tu tens a beleza da singularidade quando calas! Então cala-te e ouça o som da minha respiração, leia minha vontade nos meus lábios e minha tensão em meus pulsos...e saberás quem sou, mesmo que eu diga mil palavras. E eu saberei quem tu és vendo o que não falas...
Cala-te, descanse suas vozes.São inúmeras!
Olha com seus solhos semi-cegos para teu ser bruto e começe a delinea-lo.
Diga-me com um toque em meu pescoço sua vontade.
E eu entenderei...
Saberei se condiz com a minha.
Sem te falares.
Sem me falar.

O Silêncio é o dialeto mais íntegro.
O Sutil é a beleza mais singela.

Então tu, vós, todos entenderão a profundeza do meu olhar.Que te desdobra, que te desmonta, que enxerga cada parte do teu espelho quebrado em tu.

Assim, digo...nunca haverei de ser cega! Talvez sim, um dia, muda.

Liege

domingo, 29 de junho de 2008

Cores Proibidas


Eu vejo pelas rugas dos seus olhos, garota, que você sorri com sinceridade.
Vejo pelos seus cabelos bagunçados sua inquietude e sei que na sua mente passam idéias a jato...
Você morde o lábio inferior e olha pra cima.
Eu sei como você olha.Eu seu quando você está bem.

Você fala rápido, fala muito, fala sobre tudo, você ri alto.
Arregala seus olhos grandes e castanhos, morde os dedos de leve.

Sinto quando você está prestes a voar de leveza...
E como fica bela sorrindo e falando como uma criança velha demais.
Eu fito seus olhos, você os meus...por minutos seguidos.Eu pego na sua mão áspera e nas suas unhas mal feitas...e você me dá balas de maçã.

Fico pensando como você é com as outras pessoas e seus outros amantes, principalmente os que não sejam utópicos.

Digo que você tem o mundo nas mãos, que és perfeita, mais perfeita do que tudo que já vi...
Digo para cuidar dos seus altos e baixos, menina!
Suas asas se quebram e você chega lá com a cabeça baixa,
quantas vezes te vi morta.

E você renasce assim, algumas semanas depois.Como se fosse imortal.
O mundo faz como aquela história do pássaro colorido demais...
Eles te bicam até a morte!
Eu fico com medo de vc ser bicada ate a morte.

E você tem uma coragem tão cega.
Se joga, abre as asas coloridas e enfrenta o mundo de cara.
É tão belo, e você cai sangrando depois...e volta pra sua casinha.
Eu sempre acho que você aprendeu, mas não! Tu queres mudar o mundo!!
Te chamo de arrogante, mas seu olhar é tão gentil, penetrante, inocente.
Então você coloca uma dúvida em mim.

E além desta, tem outra...de onde vem tanta coragem?

Acho que o que te falta é amor, menina.
Você não ama, seu coraçãozinho é seco.
Você não deixa os outros entrarem...
Você não ama.
Você não é amada, só por mim...só por mim.Em segredo...a distância, platonicamente.


*

Eu...digo que não sei viver sem mostrar quem sou.
Não sei a arte de esconder nada.
Sei outras artes.


Não sei amar...dizem que amar é dar, eu dei tudo de mim...
Que não tenho muita coisa mais.Eu sou vazia. Inferrujada e seca.
Você não viu a confiança que me falta, no mundo, nas pessoas, em mim...
Eu só confio nas minhas palavras que são tão inúteis para quem quero que as ouça.
Sim, tenho medo que entrem dentro de mim e estraguem o resto que sobrou.
E me fecho a mil chaves, por medo. Que coragem você vê aqui?

Eu vou descrendo,
cada dia...
perdendo...
Sumindo...

Nada me faz acreditar, pouco me faz sonhar.
Tiro tudo que tenho de mim.
Vocês não me dão nada, obrigada!

Sim, sou ingrata.
Hoje, nesse momento vou ser ingrata.
Só por mero capricho...

Assim, sem vocês de fato perto de mim, sem as pessoas que preciso...sem o mínimo que preciso de vocês quando estou n chão, eu vou rompendo esses elos humanos. Ficando mais livre.

Dai vocês me olham e eu estou jogada as traças, decadente...e desprezam minha decadência, e ficam com dó de mim. Poucos sabem...que alí no chão eu choro e engulo minhas próprias lágrimas, e levanto, quando levanto é um estrondo...você vê minha grandeza e infinitude...meu olhar desprendido...e se olhar melhor, pode observar que meus pés cada vez tocam menos o chão...e que eu estou começando a voar, e a não fazer mais parte...e chegar a um lugar que ninguém me machuque, que eu possa dançar.

Trágico?
É.

O que eu queria é não precisar disso.
Imagino alguém levantando meu rosto e limpando minhas lágrimas.
E me colocando de pé...como nunca acnteceu.
E contrariando o que o outro disse acima, que minhas cores não vão ser repudiadas.

Amo sim, amo minhas cores. Cada uma delas...e meus detalhes.
E minha dualidade, meu ser paradoxal, antitético.

Que sabe fazer qualquer pessoa ir das lágrimas ao sorriso.
Do pesar a leveza.
Do fundo do mar aos céus.

Eu sei.
Eu posso.
Eu sou.
Eu faço.


Temos vagas para pessoas interessadas.
Covardes, passem longe...ou deixem sua covardia na caixa alí a esquerda perto da porta.
Se perguntarem onde está meu coração, te mando ver o Mágico de Oz.


Então eu te entrego uma venda, te dou uma bocicleta e te empurro do morro...
Você cai no chão la embaixo todo arrebentado.
Daí eu falo:
'' Hora de se reconstruir!''

É assim que começa meu mundo de utopia.
é nesses devaneios que encontro alegria.
De ensinar alguém a voar um pouco.

Como pipas...um dia colorir o céu.
Com estas cores, lindas,
proibidas.



Liege

Não ouse falar



Não ouse falar.
Nem brinque de sentir.
Desligue o fio que te liga a qualquer coisa.
Nem respire, por favor.
Acalme-se...
Deixe que te abatam.
Ajoelhe-se e mostre o pescoço.Deixe que cortem.
Deixe que pintem seu rosto.
E digam a roupa que deve vestir.

Faça.

A cara de indiferença.

Acostume-se com a inação.

Não se mova, por favor...
Não procure, não ande...não olhe.
Acima de tudo! Não veja...por favor...não veja mais.

Não escute...

Fale pouco.
Se for necessário arranque seus olhos.

Te ensinei que as palavras são demasiadamente desnecessárias.
É assim que ouço tudo, coloco pedras nos bolsos do meu vestido listrado e entro levemente pelas ondas do mar...

E acordo em outro quarto.
Cada dia em um quarto diferente.


Sei prever as coisas pelos sonhos.
Basta saber que dizem o contrário...
E sei que pessoas são sonhos.

Por isso quero acordar.
Dessa vez não em um quarto...
E sim no lugar que entro.
Naquele mesmo mar.

O Sol não me busca mais.
A lua já morreu...vejo seu cadáver iluminado todas as noites.
É só o que consigo ver.
Pois as coisas divinas cegam meus olhos.

Parece que nenhuma verdade mais me abala.
Conquistei a inação.

Só falta destruir a vida.

.

Lembre-se, vão repudiar tua verdade.





.

PS: Tive um péssimo sonho hoje...

sexta-feira, 27 de junho de 2008

A Máquina




Todos seres humanos são uma grande máquina com engrenagens e uma lógica ilógica que se fora de eixo destrói tudo e a si mesma.

Vou te falar sobre uma máquina bem estranha já criada, modelo único, que precisou de um manual de instruções...para compensar sua exentricidade implicita.

Ela possui um sistema de auto-proteção tão forte que bloqueia tudo, todo seu fluxo natural e belo...surgem grades em seus olhos e seu coração automaticamente começa entrar em ritmo de silêncio. A máquina diz '' Não me diga o que não posso fazer'', ela acha que realmente pode mudar o mundo, iluminar as pessoas e curar chagas com suas lágrimas de riso.

Mas não há quem cure as chagas dela...eu diria grandes, talvez se ela resolvesse mostrar seu coração a alguém seria uma cena de horror e homicídio, tantas cicatrizes e facas enfiadas e machucados que ela carrega de cabeça erguida e sem medo de se ferir novamente.
Talvez se ela abrisse as costelas e mostrasse o que ela carrega as outras mpaquinas teriam vergonha de suas cicatrizes.

Mas ela sempre proucura e proucura...
Procura alguém que com ela não tenha medo de se arriscar, de se machucar...de viver algo sublime...ela não é como qualquer outra máquina.
Ela está cansada de pessoas com medo demais...está cansada de ensinar as pessoas a voarem , todo mundo tem medo de altura...ninguém quer se arriscar e se soltar e viver sem limites e sem medo.

Ela vive num mundo de traumas...todos com seus traumas. E ela com os seus.
Ela se pergunta: porque eu simplismente não deixo meus traumas conduzirem minhas ações e as outras máquinas deixam os traumas determinarem seus atos?

Não adianta, ninguém ouve, ninguém permite...você vai ver, se observar...quantas vezes ela tentou desbloquear traumas, dar um pouco de alívio , sorrisos em caixas de presente...asas e liberdade.Quantos discursos ela fez para ouvidos bloqueados. Um dois, três, quatro...
Muitos.
Então ela se lembra que não adianta falar.
Então ela para de falar.

Então ela lembra que tem vontades e sonhos, e que fizeram-na prometer não mata-los novamente pelas outras máquinas cegas e apegadas a passados e a traumas, a limites...
Ela então resolve voar para seu lugar isolado...para onde ela sempre acaba voltando quando sente a intransigência do resto das máquinas...quando se sente repudiada, quando alguém coloca limite nas suas possibilidades...
Quando ela se abate porque só encontra pessoas com placas no pescoço escrito '' não passe daqui''.
Ela olha pra baixo, vira as costas e vai embora.
Ela já conheceu o motivo de todos...mas ela diz , vocês têm noção dos meus motivos?
Mas o mundo é demasiadamente egocêntrico para que alguém olhe para o lado sequer.
Ninguém olha para possibilidades em potencial e simplesmente tira as correntes e realmente deixa algo fluir.
Na verdade ninguém deixa nada fluir.

A Máquina então, quando é surpreendida nessa situação se arma como um guerreiro, pronto para ouvir aquelas mesmas palavras. Se arma contra a guerra de palavras que não têm nada a ver com a vontade e sim com convenções e traumas.A vontade geralmente é sufocada em nome do passado( a vontade não deveria ser o mais importante? )...todas as pessoas que vi são assim.Não vêm um futuro, ou se quer tentam TENTAR algo diferente. Elas se estagnam no medo achando que é um lugar agradável e seguro...entram numa bolha e só deixam que pequenas coisas entrem e pequenas coisas saiam,
se isolam em ilhas vazias cujo rei é ele mesmo de um exército feito de medo e apreensão.
Pre-ocupação.
Bobagem.

Eu sai da minha ilha, da minha bolha, na merda que vivi...todos os traumas que tenho eu os deixo de lado para tentar qualquer coisa...minha vida boa, eu sempre arrisco uma melhor.
Eu sempre procuro algo melhor e melhor.
Mas estou no mundo errado com as pessoas erradas, ninguém quer arriscar ou voar...ninguém quer se curar, ninguém quer viver algo novo.Todos querem uma vida segura, querem lamentar seus traumas em silêncio durante a noite quando alguém está alí na porta oferecendo o calor do dia e a magnitude dos céus...a leveza das coisas livres.
Oras...o céu está absolutamente vazio!

Uma máquina com asas...quem diria.
Que fala uma lingua que ninguém ouve.
Que quer libertar quem adora viver preso.

Eu não, olho para o abismo, e sorrio diante do fundo do poço...me jogo e digo '' não importa, eu sei voar''.

E vocês?
Se recolhem catando os pedacinhos dos seus traumas e mentindo para si mesmos dizendo que a vida é boa do jeito que ela está.Enchendo seus caminhos de placas de ''pare''.E as oportunidades de uma possível vida melhor passando, vocês ignorando e dizendo '' ah não, agora não posso''...e elas vão embora uma hora.
A vida não espera as máquinas.Por isso elas inferrujam.

A Máquina agora armou-se para defesa.
Ela mergulhou nas lembranças de seu passado.
Lembrou das suas vontades íntimas...
E algo em seu peito resolveu entrar em pânico, porque ela não quer ser bloqueada.
Limites, bloqueios, placas...ela abomida.
E então perde-se a fluidez de seus atos...
Afinal...quando algo parece que vai se repetir...não tem como não se decepcionar.

Ela só espera o dia que outra máquina a surpreenda.
Sem tempo, sem data.

Infelizmente quando ela arma seu sistema de defesa.
O tempo começa a contar.

Como desarma o meu sistema de defesa?
Desarmando o seu.


.

O que me decepciona na vida são as pessoas com medo de tentar.
As pessoas que colocam muros nos caminhos nos quais as pessoas querem um dia passar.
O que me chateia é que isso aconteceu comigo várias vezes, várias vezes eu ouvi a mesma história...de que cada um quer tempo pra si.Como se eu fosse tomar o tempo, tomar algo de alguem.A felicidade existe independente de qualquer coisa...a liberdade também.


.
Liege

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Pétalas


Dos tempos rudes e cruéis guardos marcas fundas em minha casca.
Me perguntam de onde vem o que sinto e o que sou.
Eu, refletindo sobre a linha que costura as coisas...acabo costurando minha pele e meus dedos.
Perdendo-me nas cordas rígidas e nas montanhas íngremes dos meus sonhos inalcançáveis.
Perdendo gotas de sobrevivência...e secando, morrendo aos poucos ao chorar minhas palavras sobre um belo mundo que quero construir...chorar as angústias do belo mundo que quero destruir.

Eu sem te dizer vou te contando.
Sobre um caminho sem marcas no chão.
Nem placas
Para que você vá apenas voando...
Pelos mundo das idéias que não podem ser ditas.

Derramei todas minhas angústias e palavras amarguradas
Coloquei minha ira nas coisas delicadas
Amarguras e fel, dei dizendo que são águas...enquanto você sofre na cruz.
Eu fui capaz de cortar seu coração com a lança da verdade.

Paradoxalmente também trouxe aquele pouco de luz
Mostrei que as águas sustentam meu peso com suavidade.
Que que posso reviver as coisas mortas.

Mostrei todo o azedume do meu peito.
Todo o pecado do meu leito.
As injúrias que guardei.
Os sonhos que matei.
As vezes que suicidei.

Todo fundo de poço que encontrei.
Toda desgraça que busquei.

Somente para descobrir
A velocidade que cheguei, a força que subi...os ventos que cortei.Os olhos que atravessei...todas as perguntas que fiz.As virtudes que conquistei.
Das batalhas que não recuei, dos estardartes que ergui.
Das vitórias que perdi...para não pisar nos corpos vivos jogados nos campos de batalha.

Tenho que te contar,
também!
Sobre as minhas doenças que não curei.
Sobre o deserto na qual caminhei.
Dos ossos meus jogados que encontrei.
Do meu esqueleto, que sozinha, montei.
Da morte que enfrentei.
Do medo que recusei.

Queria te falar sobre
As facadas que tomei...
das vezes que voei, do tanto que renasci.
Das histórias alegres que vivi.
Dos desejos, dos sonhos, dos medos, dos segredos.

Do pássaro que sou
Da leveza do meu corpo
da amplitude do meu vôo
Da paixão dos meus atos
Da alegria implícita em cada fato
Das cores proibidas das minhas penas
De que toda tristeza em mim é apenas ilusão.

Dou isso tudo...isso tudo que sou eu.

Você então entenderia porque vejo a beleza dos pássaros que voam embaixo do chão.
Das árvores que florecem uma vez ao ano.
Das rosas e seus espinhos.
Da liberdade que há dentro das coisas que esvaziam-se poraí.
Que a indiferença é a única prisão.





Dessas palavras desconexas que você não entende.
Não entende porque são muito densas, na qual estou colocando tudo na minha vida,
para dar um momento a você...dar esse momento meu, que eu queria que você sentisse...porque ele vai passar, vai voar...

Por esses momentos eu faço tudo.
E são eles que me levantam.
Eu adoeço tanto...quando me fecho.


E tenho que fazer todo esforço para lembrar daquele caminho que te falei.
O das coisas leves.
Abrindo-se para o mundo sem medo de que as coisas entrem.



E deixando que tudo se vá...




[Dai-me um momento teu]

Liege.




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Motivo da Rosa


Não te aflijas com a pétala que voa:
também é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzida,
mortas, intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos
ao longe, o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.

(Cecília Meireles)

terça-feira, 6 de maio de 2008

O Líder

Eu tinha mania de ficar buscando ajuda, pedindo conselhos, ouvindo todo mundo...e ao mesmo tempo não ouvindo ninguém.Acabava que minha vida ficava em função disso : ajuda.
Buscava amigos que podiam me ajudar, médicos, atividades...etc.
Cada um dava uma opinião diferente para determinado assunto...e eu tinha certas pessoas como líderes para mim.Levava a opinião deles a sério demais.

A questão é: eu não preciso de ajuda.
Mesmo se eu precisasse, não adimitir é muito melhor do que assumir um fracasso que eu nem sei se é verdade.
Eu nasci achando que precisava de ajuda...psicológica, emocional, ajuda pra desenhar...pra dar continuidade as minhas coisas, ajuda nos relacionamentos, na escola...bla bla bla.
Agora sempre que vou em algo buscando ajuda, paro, penso...e sei que aquela coisa na qual pus meu foco embusca de ajuda tem alguma coisa errada e provavelmente estou me enganando.
Acho que ta difícil pra entender...vou explicar.

A busca frenética por ajuda me deixa mais fraca.
Primeiro porque eu me encho de espectativas do meu''foco'' conseguir suprir minha ''necessidade''.
Sempre saio frustrada.
A busca por ajuda é mais fácil do que aceitar que eu não preciso de ajuda, que eu posso me virar e que nada pode me ajudar.Mais cômodo.
Descobri que as coisas que fiz sem pedir ajuda foram as que vieram da minha verdaeira vontade.
Pedir ajuda causa dependência...quantas vezes eu quase morri para falar com minha terapeuta, algum amigo em especial...ou frequentei frenéticamente uma religião de modo que tudo isso exaurisse a minha energia e a das pessoas envolvidas....eu era sempre a coitadinha que não sabe o que fazer.
Sempre pedindo opinião. ''O que você acha...?'' ''Como eu faço isso?''
E eu ouvia opinião de todo tipo.

Hoje ainda sinto uma vontade imensa de conversar demais sobre meus ''problemas''.
Vou boicotar isso.Tá sobrando só pro meu blog o lixo todo...menos para os ouvidos dos outros.
Queria que essa carga sumisse para eu escrever sobre outras coisas.
Sabe o que era pior? Quando eu sentia que alguém não podia me ajudar eu ''descartava'' a pessoa de certa maneira...tô aqui assumindo esses erros e defeitos repugnantes. É...eu era muito egoísta e egocêntrica.Minha vida foi bem em função disso...poucas coisas fugiram da regra.
Hoje me reaproximo das pessoas sem essas pretensões...por mais que eu ainda fale dos meus problemas...


Tem gente que se acostuma ficar no chão.Ser pisado...receber migalhas.
Querer atenção.Pedindo...querendo...
Eu fui muito assim, ainda sou as vezes.

Quebrando esse ciclo...eu posso me ver mais íntegra.
Sem me perder em líderes falsos, opiniões pessoais que nada podem me ajudar...
Assim, filtrando, talvez eu consiga escutar o que realmente importa e não fique tão confusa.


Eu não quero ajuda, não preciso de ajuda.
Só preciso criar um líder só, aqui dentro.

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segunda-feira, 28 de abril de 2008

O tempo destrói tudo

''Liege, puro fel.''

Quanta tristeza inútil, fraqueza, desgosto, agressividade, palavras ácidas.
Quanto azedume há em seu coração quando você descobre ao longo da vida, aos poucos, que você nunca amou ninguém, nunca amou nada, nunca fez nada para sí mesmo, e sim para seu egoísmo...
Que você nunca se dedicou a nada por muito tempo.
Que você desistiu fácil das coisas importantes, e se prendeu a coisas desnecessárias.

Quando eu era criança gostava muito de brincar sozinha de playmobil.Montava uma cidade grande no meu quarto de modo que não houvesse mais espaço para ninguém andar.E ficava absorvida alí por histórias e tramas interessantes e complexas.Tinha uma bonequinha de cabelos laranja que veio com um conjunto de playmobil da série esportes radicais, ela andava de skate e tinha roupas legais.Ela era sempre a mesma, as histórias que mudavam.Parecia um pouco com novela mexicana.
Era a garota pobre abandonada pela família, meio marginal, jeito masculino mas charmoso, brigona, não gostava de expressar seus sentimentos...sempre se apaixonava por um garoto bonito que inicialmente não olharia para cara dela, mas ele descobre quem ela é de verdade e se apaixona, e fica aquela enrolação por horas, um tentando evitar o sentimento pelo outro...até que fica inevitável.Bla bla bla.
Ainda tenho vontade de montar as cidades e ficar brincando sozinha.

Por que tanta auto-destrução?
Minha mãe disse que eu tenho raiva da vida.
É porque ela não é da forma que eu gostaria que fosse.
Cada dia descubro mais uma coisa que não é da maneira que eu queria que fosse.
Eu sou mimada e criança.Não quis crescer até hoje.Preservo meus valores de criança.E o jeito teimoso, brincalhão, frágil, inseguro, curioso, afobado,complusivo, sem conhecimento de limites, respeito a limites, ingênuo.

Carcaça

O que eu sou, pareço ser, acho que sou...nada disso sou eu.
São amontoados de egos famintos e agressivos sufocando qualquer coisa que seja eu aqui embaixo.
As pessoas se apaixonam por meus egos...somente isso.
Eu me apixonei por meu ego.
E deixei ele crescer...e ele chora demais quando é ferido, me domina, engole montanhas e pede oceanos...e eu dou, cedo tudo,engulo o mundo para ser grande, vaidosa, mais forte, mais bela inteligente...mais diferente. Unica. Singular.

Eu sou pequena.Muito.
Frágil, simples, com defeitos e qualidades como qualquer outro ser humano.

E agora?
Estou aqui, numa fase infértil da minha vida.
Descabelada, minha pele está feia, estou com kilos a mais que eu gostaria, sem praticar esportes, sem ânimo, sem amores, sem muitos lugares para ir, sem religião, sem nada para me orgulhar...
Nessas horas eu olho para o espelho e me vejo fisicamente feia, e todas as qualidades superficiais caem por terra...as coisas que faço, que não faço, que fiz...
Então não há mais o que valorizar, não há feito que segure valor nessas horas.
A sorte que tenho é que o verdadeiro valor aparece quando você se lembra que o que o amor surge quando você valoriza as coisas pelo que elas são não pelo que elas fazem.

Eu não sou meu cabelo
Nem meus piercings e tatuagens
Nem meus anos de kung fu
Os livros que li
Meu curso de faculdade
Minhas religiões
Os amores que vivi
Não sou minhas dores
Muito menos meus pensamentos.

Eu sou algo que existe quando isso tudo se cala.
Quando os desejos e os medos param de brigar
Os anseios...
Ah, eu sou tão grande quando não sou nada!

Há mais espaço quando tudo fica vazio.



Esvazie.......

sábado, 26 de abril de 2008

Agridoce

Não sei explicar...mas meu desapontamento com tudo cresce vertinosamente, mas surge a possibilidade de que eu escolha ( novamente as escolhas ) não me importar mais...deixar acontecer do modo como as coisas são - absurdas para mim - e ser como tudo é.
Seria um suicídio.Mas acontece ( ou não ).
Suicídio de princípios, troca de valores...adaptações.Esse é o modo mais fácil caro amigo, o modo mais difícil é burlar tudo e manter minha integridade, isso requer que eu anule e estirpe certos impulsos...entende? Não, estou sendo vaga e subjetiva demais.

Sempre fiquei a procura de alguém para mim.Alguém que me satisfizesse...o que me satisfaz? Qualquer coisa que me surpreenda, aguce meus sentidos, minha mente...alguém que me deixe agir naturalmente.Achei pessoas assim mas as circunstâncias boicotaram qualquer coisa, desde então fico numa procura estúpida e frenética por essa satisfação.Me perdi.
Perdi pedaços de mim.Me perdi em pessoas, hábitos, prazeres que não significam nada para mim.
Hoje, em muitos lugares que vou sou olhada e observada.Tiro suspiros...sim, me tornei uma menina atraente, com uma tatuagem nas costas, cabelos charmosos...eles olham para mim com desejo, meu ego cresce. Olho no espelho, ajeito o cabelo, ajeito a coluna.Eles gostam do meu piercing na língua...e meus outros.
Gostam do meu jeito espontâneo e agridoce.( é...Agressivo e doce )
Jogos de sedução...sorrisos, até aí eu sou eu.
Até eu me envolver.
Odeio me envolver, vou me desgastando, preocupando...e a atração se perde.
E parto para outra, e outra, e outra, e outra.
Descubro que não sinto mais prazer, e que isso não faz sentido, nada disso faz diferença.Então meus olhos se perdem em divagações como você já viu.Se perdem olhando a fumaça do cigarro...nas espumas do café...no cheiro do ambiente.
Então vou entendendo que tudo está podre, doente.
Vejo a mesquinhagem por trás dos atos. Vejo os impulsos soltos violando várias coisas...e vejo pessoas se perdendo da mesma forma que eu.Vejo que elas buscam o mesmo que eu...que no fundo elas não sentem mais prazer, apenas se convencem dele, é mais fácil. Difícil aceitar que sexo não dá prazer, que gozar não dá prazer.E o que dá? Para mim seria um conjunto de coisas que eu não vejo mais...vejo coisas separadas.
O prazer do sexo alí, do amor em outro lugar, das boas conversas, do entendimento, dos gostos e hábitos, dos interesses...as pessoas são muito incompletas.Essa é a realidade.
Mas eu sou completa.
Me sinto portadora de tudo isso.

Vejo a infidelidade, a vulnerabilidade, auto-enganação, futilidade, densidade mal direcionada, mesquinhagem, falsidade...vejo pessoas brincando de gato e rato.
Vejo pessoas colecionando pessoas.Me vejo colecionando pessoas.

Amigo, sei que o problema está em mim em algum lugar, talvez a forma que eu entendo as coisas...mas cansei de beber para sentir vontade de fazer sexo, cansei de ficar com alguém por não ter mais nada para fazer, de buscar meus relacionamentos mal resolvidos e cavar as sepulturas me alimentando de cadáveres de passados mortos.Cansei de me mostrar...de arrumar o cabelo para sair, colocar uma roupa bonita, não comer demais para não engordar,cansei de ser atraente e interessante. Sinto vontade de raspar a cabeça, andar igual homem e ver quem vai enxergar em mim o que eu sou de verdade.Mas isso não existe, eu seria hipócrita pois ate mesmo eu me importo com aparências, contemplo belos corpos e sorrisos atraentes.

Se eu pudesse pegar as coisas que amo nas pessoas que amo, de você eu pegaria os belos olhos...suas mãos, seu jeito carinhoso, seu sorriso, suas brincadeiras, e o tanto que você se conecta fácil comigo.De fulano eu pegaria a química sexual, de outro a inocência, a pureza, a delicadeza, a segurança, a fragilidade, a criança, o homem, a dificuldade que pede ajuda, aquele que se permite ser observado por uma fresta, as palavras, os suspiros, os silêncios, a violência, aquele que se esconde, aquele que se preocupa, que se dispõe, que me observa quando eu não estou olhando. Aquele que sabe como tocar no meu rosto, como me desarmar, como destruir minhas barreias, que me deixe respirar e voe comigo.Que deite na grama e olhe para o céu...que me ligue para contar dos pesadelos.Que escolha o lugar para qual vamos ir.Que pergunte no que estou pensando quando eu estiver calada.Que me faça querer saber sobre seus pensamentos no silêncio.Aquele que tem o olhar que me intriga, me atrai, me conforta, me descansa, aquele olhar que penetra nos meus olhos.
Aquele que não se importe de ouvir minhas baboseiras filosóficas e entenda que meu pessimismo as vezes é o que me ajuda a escrever, essencial para mim...e que também sou otimista.
Que seja ligeiramente a moda antiga...só para brincar um pouco de casal apaixonado enquanto o amor amadurece.

Coisa demais, não? Difícil achar alguém assim.
Mas eu não me contentaria com menos.

Amo você desde a primeira vez que te vi.
Mas não vou corta-lhe em pedaços e tirar o que quero para formar meu ''namorado'' perfeito.
Prefiro ter você assim, amigo incondicional.
Fico feliz ao teu lado.

Ate breve, sim?

Ela

Meio-diálogo

1

Novamente estou sozinha. Lembro-me do tempo que eu era criança e a solidão não me assustava, brincava horas sozinha sem me lembrar que não havia mais ninguém comigo.Hoje sinto uma necessidade absurda de conversar mas é como se todo meu diálogo fosse embora no ar...poucas pessoam captam minhas palavras então preciso falar demais e pareço redundante.Queria apenas poder ser setida nas palavras poucas e essenciais...ah, caro amigo, como anda me faltando o essencial.
Seus olhos me supriram de compreensão e me senti mesnos deslocada.
Penso nos momentos que espero onibus no ponto, fico tão ansiosa...tão angustiada.Queria que essa angustia da espera fosse embora...
Queria ser mais leve, mais nítida. Fico feliz por você me enxergar, mas poucas pessoas me enxergam.
Estou desgastada, deixei várias pessoas passarem por mim e arrancarem coisas que eu não podia doar, pois me faltavam...e o que eu quero doar ninguém quer receber, então fico inadequada ou metida em relações injustas.
Pouco sabe sobre mim...ou muito sabe. Talvez sinta o essencial sobre mim.

Sei que carrego um semblante melancólico lá no fundo do meu olhar atento...em um corpo fechado.
Como você carrega olhos cansados e um olhar indiferente.
Nossa faxada é bem assim...
O que sabem os outros sobre nós? Sabem atraves de julgamentos equivocados.
Logo, não sabem nada.

E o que você sabe sobre mim?
Depois eu lhe perguntaria : o que sabe sobre você?

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Overdose

Estou começando a achar que meus remédios me colocaram num profundo sono horizontal.
Deixá-los me coloca no meu ser: mágico, inconstante e frenético.

Saio de mim e me vejo de longe, é isso...como sou radiante sem remédios nem pessoas.
Na verdade sem paixões, ou vícios.
Isso se chama liberdade.

De ser eu mesma.
Hiperativa, louca, atrapalhada.

Essa é a parte bonita, a parte feia é que todo alto tem seu baixo.
Mas forçar um equilíbrio químico com eu mesma não deu certo.
Fiquei numa fase de torpor, morbidez.

Tudo começou quando meu gato sumiu com meu aldol.
Acho que ele tomou todo e ficou doidão.
Então taquei o lítio pela janela...e o lexotan foi abolido de meus sonhos.
Imipramina, Risperidon, Ritalina...
Diazepan.

Meu dia dura mais. Minha energia explode.
Não tenho com o que gastar tanta energia...minha mente dilata.
Então eu preciso caminhar mais, e de ter mais silêncio.
Para ouvir cada voz na minha cabeça, e ir aos poucos silenciando-as.

Meu sangue natural é uma overdose de energia na qual meu corpo ainda não está acostumado.
Minhas emoções são como devastações seculares.
Minhas idéias são pássaros desesperados.

Agora me guardo para não me viciar em remédios e vícios para conter esse cataclisma.
Para não me perder em químicas, psiquiatras, psicologos, amores, namorados, manias.

Está na hora de me fechar um pouco por um lado.
Tenho muita energia, mas se colocada num desses ítens ela acaba como num segundo...se esgota e meu brilho se esvai nas paixões diversas.E fico feia, desgastada.
E tudo que eu queria se desmancha no ar e sobra eu sem nada nas mãos, sem eu.

Prefiro ficar sem vocês.

domingo, 6 de abril de 2008

Coleção

Possuo uma coleção estranha...
de lembranças e de coisas que se esvaem da minha mão como se eu quisesse segurar água.
Lembranças de momentos doces e dos árduos que o seguem...os desesntendimentos, as brigas e os finais.
Depois fica toda a carcaça de lembranças, os ônibus que pegava, os lugares, as comidas , as piadas, os livros que devemos destrocar...é sempre assim , com todos...ate formar essa sórdida coleção de tempo curto intensidade e machucados, cortes nos meus braços e até uma grande árvore dolorida....dor, dor, dor.
Minha coleção é feita de dor.

Espero que apareça alguém algum dia que jogue tudo isso fora e me faça sorrir surpresa e espantada e não me dê um soco no estômago depois.
Que me faça sentir especial e adequada, que tenha paciência com minhas dificuldades e saiba me fazer sentir bem pára que eu possa estar segura o suficiente e mostrar a minha grandeza, o meu lado encantador e radiante.

Mas não...está todo mundo com pressa demais.

E a coleção aumenta.

Despedida

Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão. -
Por não Ter palavras, por não ter imagem.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ?
Tudo.
Que desejas ?
Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação ...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !
Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão.

domingo, 30 de março de 2008

Aos Caros

Minha face séria e inerte assusta assim como meu sorriso encanta.
Meus sentimentos são aniquilados com pequenas coisas e meus olhos congelados.
E eu não sei o por quê.Como, quando...

Aos deuses peço um pouco de sanidade e equilíbrio...senão não conseguirei sustentar meu corpo nesse mundo sem chão!

Minha cabeça gira frenéticamente.

Eu já não sei a quem recorrer.

Ah! Devolvam meu sorriso, meu equilíbrio...o ar dos meus pulmões!
Devolvam meu coração acelerado, meu sonho infantil...

Devolva meu sonho infantil...

Aquele da Rosa do Pequeno Príncipe.
Na qual ela era a rosa das rosas, a Rosa Especial...

Mas eu não tenho mais posse das minhas coisinhas singelas.
Elas não têm espaço nesse mundo, nem com vocês, meus caros.
Meus sonhos são as coisas nas quais estou pisando...
para ver se construo um futuro que se encaixe.

Adequando-me...

sexta-feira, 28 de março de 2008

Inadequada



Ela acorda atordoada de mais um de seus pesadelos metafóricos...
Era um pássaro que caia vertinosamente numa gaiola de vidro que se partia arrancando suas asas...vidros se quebrando.
Após essa cena ela ja estava em seu corpo....num quarto de vidro transparente cujas pessoas podiam ver tudo que acontecia e riam dela...ela?
estava sentada no chão aflita tentando montar um quebra-cabeças de um labirinto.
só havia isso no quarto e um relógio de cabeça pra baixo.
Juntavam mais pessoas lá foram e riam, julgavam, apontavam.
Após esse sonho surge ela diante uma fila longa...ela tenta entrar na fila mas pessoas a jogam pra fora...e la esta ela agora fora do quarto de vidro vendo um casal feliz e sorridente se abraçando e beijando...amigos entrando e uma festa animada. São os amigos dela, o namorado dela...
e ela esta fora, nem porta pra entrar...sem lugar...sem sono...sem o que fazer...
Ela só queria ser especial, sem mais quedas, sem mais julgamentos, isolamentos, inadequação...
Sem brigas.
Ela só quer ser acolhida.Suas asas doem...ninguém percebe.
Ninguém percebe sua dor nem seu valor.
Estão todos preocupados demais com seus prazeres...todos essas pessoas que ela considera muito.
Quem vai notar o valor de um pássaro pintado?

- Matem-no.

terça-feira, 4 de março de 2008

Lugar Errado




Tudo parecia normal.Apenas parecia...
Veja só, as horas passavam de acordo com os minutos e os giros da tera em torno de si e do sol.As pessoas andavam, comiam, riam, choravam, faziam sexo, se matavam - coisa de ser humano -. Enfim.Ela trabalhava, ia para escola, comia...respirava.Conversava com pessoas...
Mas nem tudo era tão normal assim quanto parecia e quanto transparecia ao olhar estranho ou ate o olhar íntimo....ninguém podia sentir o que seria uma mente na velocidade da luz como um pássaro em fuga desesperado.Sua mente mudava, girava, oscilava levando suas idéias para todos os lados...suas pupilas mentais e emocionais eram dilatadas para sentir o que ninguém sentia, ela via as coisas que não estavam no foco da cena.
Ela era o foco de uma cena desfoque.
Cena essa distorcida pelos barulhos internos e os barulhos externos dos choques de realidades destoantes se colidindo...ora essa onde é que ela se meteu para tudo ser tão torto?
Ou ela? Porque seria tão irregular?

E nesse caos exótico de uma mente pensante em várias direções divergentes o lado de fora com o passar dos giros em torno do sol pareciam ficar mais agressivos, necessitados de uma postura incondizente com o que se passava ali dentro...
Gritavam quando ela queria silêncio.
Sumiam quando ela queria presença.
Sorriam quando ela queria lágrimas sinceras.

Nada se encaixava!

Era um pássaro vermelho inferrujano num mundo bicolor.
Seu voar não significava nada...seu cantar não fazia sentido algum.

E voando descontente poraí, esbravejando como os corvos...ela bateu de frente a um espelho, e olhou.
Então compreendeu...
Estava ela do lado errado! Aquele não era seu lado....seu lado era outro...
E veja só como o outro lado do espelho é!
E ela pode ver casas de madeira com escadas caracóis...árvores de flores belas.Pode sentir silêncio e barulhos de um mundo feito das mesmas fibras que suas asas.

Estava assim agora, perdida do outro lado...ao menos isso para dar um motivo a tanta coisa absurda que tanta gente criticava como se ela criasse tão bem essa trama.

Então, solitariamente, ela senta-se sob a sombra de uma dessas grandes árvores do parque municipal...perto de pombos que voam.Ascende um cigarro...e fuma vagarosamente olhando para o céu, quando uma gata negra se aproxima roçando em suas pernas...a garota apenas sorri com os lábios sem olhar....e nesse momento uma foto é tirada.Quando ela já não sorri mais...quando o gato senta-se meditativo ao seu lado naquelas posições de gato que faz a gente entender porque gatos são tão elegantes e enigmáticos.

A foto fica assim.
O Cenário fica assim.
Nada muda.




Apenas seu pulmão se impregna de ingredientes tóxicos.






Mas ali é tão silencioso.



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