quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Conforto



Melhor coisa do mundo! ^_^

terça-feira, 28 de agosto de 2007

O Fundo do Poço

Uma das melhores escolas da vida é o tão temido fundo do poço.

Somente quando você cai...se esfola, se quebra lá embaixo, sente o cheiro fétido da podridão, se alimenta dela...quando você se vê parte da escória humana....somente assim você pode dizer que viu e sentiu de tudo.

O orgulhoso, o vaidoso,o egocêntrico verá seu espelho partir, verá que não passa de um mero humano.

Enxergará a própria condição frágil de ser humano.O sabor da condição humana.

Se ele se achava superior, verá que há grande semelhança entre eles e os outros: o sofrimento, a decadência, a fragilidade, a vulnerabilidade.

Se em contrapartida ele se achava inútil e pequeno demais, verá ao provar da podridão que pode ser muito mais, que é muito mais que aquilo.

Alguns costumam ficar muito tempo, precisam se sujar muito até perceberem onde estão...e que ali não é pra ser definitivo.

Outros mal tocam na sujeira e já sabem que precisam sair.

Muitos caem muitas vezes em vários poços.

E quantas cordas jogam para os decaídos?

E quantos tolos inocentes acham que esse é o modo de sair?

Sobem na corda...e lá do alto ela se rompe.

Porque ninguém sai do poço com ajuda ou dependência de uma corda , de alguém.

Sair do poço requer que você crave suas unhas na parede e se erga.

Que você abra os braços e escale, que se esfole...que a carne viva apareça, que o sangue escorra, que o suor arda.

Sair do poço é um dos melhores gostos que um ser humano pode provar.

Ver a luz perto,engolir a dor, a preguiça, o desânimo, o choro, a angústia...o que for...engolir, digerir e transformar em força para subir mais e mais.

As vezes você volta a cair lá de cima.

É provável que joguem muito lixo no seu buraco.

Nada disso importa.

Tudo vale o sabor de sair de lá.

É melhor do que muitos prazeres da vida.

E vicia , escalar vicia.

Seja o poço...seja a montanha que se ergue depois que você sai.

E você passa a ver tudo com outros olhos.

O Pôr-do-sol.

O escuro não amedronta mais quem já esteve no buraco.

Quem perde tudo.

E o nascer do sol se torna singular.

Cada nascer é único.

E sua vida passa a ser subir e subir.

E se você cai, se te jogam no chão , no buraco.

Você sorri, cheira a podridão com coragem, saboreia o gosto do fim do mundo.

E sobe.

Não há nada mais a perder.

Não existe nada melhor do que saber que você é ninguém , que você sabe nada , que suas crenças e sonhos eram ilusões , que o mundo não é o que vocÊ pensava , que as pessoas não eram o que você acreditava ser, que sua sabedoria não vale muito...que você nada sabe.

''Só sei que nada sei''.

Isso é ser humilde.Ou você é...

ou o buraco te ensinará a ser.

A ser nada.

Porque só do nada que se constrói algo...

Só quem morre pode nascer.

E não há nada melhor do que isso.

Isso é uma das faces da felicidade.


Subverta sua própria condição.


[ Para um amigo que se encontra agora lá no fundo.Para vários amigos que estiveram lá...para quem ler.Para que eu nunca esqueça nos lugares por onde andei.]

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Help me to breathe


Duvet - Bôa

And you don't seem to understand
A shame you seemed an honest man
And all the fears you hold so dear
Will turn to whisper in your ear
And you know what they say might hurt you
And you know that it means so much
And you don't even feel a thing


I am falling, I am fading,
I have lost it all


And you don't seem the lying kind
A shame that I can read your mind
And all the things that I read there
Candle-lit smile that we both share
And you know I don't mean to hurt you
But you know that it means so much
And you don't even feel a thing

I am falling, I am fading, I am drowning,
Help me to breathe
I am hurting, I have lost it all
I am losing
Help me to breathe

domingo, 19 de agosto de 2007

O Definhar


Eu...
que já fora limpa e vívida.
Sorridente e alegre.
Elevada.

Tudo tem um fim...
Um inverso.
E neste momento seco...definho...
Insuficiente de ar.
De água, de tudo e muito mais...

Intoxicada.
De tudo e muito...muito mais.
E muito menos.
De tão pouco.

Reguei todas as flores do meu jardim antes de ir embora.
Deixei tudo belo e perfumado.

Para ficar ausente , finalmente.

Ir para qualquer refúgio invisível.
Caminhando pelo deserto...ou perdida no mar.

E as palavra tão inúteis.
Esta vida secreta de palavras.
Sempre fui apaixonada por palavras.

Por isso só deixo este ultimo presente : minhas palavras sinceras.

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Renúncia

Rama das minhas árvores mais altas,
deixa ir a flor! que o tempo, ao desprendê-la,
roda-a no molde de noites e de albas
onde gira e suspira cada estrela.

Deixa ir a flor! deixa-a ser asa, espaço,
ritmo, desenho, música absoluta,
dando e recuperando o corpo esparso
que, indo e vindo , se observa , e ordena, e escuta...

Falo-te , por saber o que é perder-se.
Conheço o coração da primavera,
e o dom secreto do seu sangue verde,
que num breve perfume existe e espera.

Verti para infinitos desamparos
tudo que tive no meu pensamento.
Era a flor dos instantes mais amargos.
Por onde anda?No abismo.Dada ao vento...

( Cecília Meireles )


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Eu sempre disse que as flores são efêmeras.


segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Segunda-feira

To vindo aqui só pra dizer uma coisa : AMO segunda-feira!!!!! ^____^

Segundas são os melhores dias!

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Estrelas Pessoas e Estranhos

'' As estrelas são tão belas por causa de uma flor , que não se vê. ''

As pessoas são estranhas!
Realmente estranhas!

As pessoas são belas , intrigantes e estranhas!

Na verdade não são pessoas , são estranhos.

Ainda bem que tenho as minhas pessoas!Que não são estranhas. ^^
Pessoas que compreendo , que me compreendem...até quando não sei explicar!
Minhas pessoas compartilham minha existência e fazem minhas palavras terem sentido.
Com elas nunca falo em vão.
Amo-as.
São minhas e eu sou delas.

E por alguns momentos me sinto em casa!

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Por que as estrelas são belas?
Por que a flor tem que estar oculta?

Por que as pessoas são estranhas?

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Lavoura Arcaica

"O tempo, o tempo...
Esse algoz às vezes suave, às vezes mais terrível.
Demônio absoluto conferindo qualidade a todas as coisas.
É ele ainda, hoje e sempre, quem decide.
É por isso a quem me curvo cheio de medo e erguido em suspense me perguntando qual o momento... qual o momento preciso da transposição.
Que instante... que instante terrível é esse que marca o salto.
Que massa de vento?! Que fundo de espaço concorrem para levar ao limite? O limite em que as coisas já desprovidas de vibração deixam de ser simplesmente vida na corrente do dia-a-dia, para ser vida nos subterrâneos da memória..."

Lavoura Arcaica - Raduan Nassar