quarta-feira, 16 de abril de 2008

Overdose

Estou começando a achar que meus remédios me colocaram num profundo sono horizontal.
Deixá-los me coloca no meu ser: mágico, inconstante e frenético.

Saio de mim e me vejo de longe, é isso...como sou radiante sem remédios nem pessoas.
Na verdade sem paixões, ou vícios.
Isso se chama liberdade.

De ser eu mesma.
Hiperativa, louca, atrapalhada.

Essa é a parte bonita, a parte feia é que todo alto tem seu baixo.
Mas forçar um equilíbrio químico com eu mesma não deu certo.
Fiquei numa fase de torpor, morbidez.

Tudo começou quando meu gato sumiu com meu aldol.
Acho que ele tomou todo e ficou doidão.
Então taquei o lítio pela janela...e o lexotan foi abolido de meus sonhos.
Imipramina, Risperidon, Ritalina...
Diazepan.

Meu dia dura mais. Minha energia explode.
Não tenho com o que gastar tanta energia...minha mente dilata.
Então eu preciso caminhar mais, e de ter mais silêncio.
Para ouvir cada voz na minha cabeça, e ir aos poucos silenciando-as.

Meu sangue natural é uma overdose de energia na qual meu corpo ainda não está acostumado.
Minhas emoções são como devastações seculares.
Minhas idéias são pássaros desesperados.

Agora me guardo para não me viciar em remédios e vícios para conter esse cataclisma.
Para não me perder em químicas, psiquiatras, psicologos, amores, namorados, manias.

Está na hora de me fechar um pouco por um lado.
Tenho muita energia, mas se colocada num desses ítens ela acaba como num segundo...se esgota e meu brilho se esvai nas paixões diversas.E fico feia, desgastada.
E tudo que eu queria se desmancha no ar e sobra eu sem nada nas mãos, sem eu.

Prefiro ficar sem vocês.

3 comentários:

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GERAÇÃO PROZAC...
Logo de início não nos reconhecemos, nos perguntamos, quem é essa pessoa? Sou eu? Nos dizem q eles resolvem tudo, "nos ajeitam", tapam o buraco, o vazio q sentimos, devolvem o equilíbrio, o gosto pela vida, aumentam a disposição e a concentração. Ah, e principalmente, nos fazem dormir. Depois de algum tempo, voltamos. Mas não da forma original. Parecemos uma cópia, uma fotomontagem, nos reconhecemos, mas sob a forma de uma versão piorada. Um plágio de nós mesmos! E assim vamos seguindo, cada vez mais jogando a sugeira pra baixo do tapete, encobrindo tudo com um sorriso mecânico-artificial. Nos entregamos a uma orquestra desprovida de som, em q o só movimento robótico dos músicos simulando tocar já é suficiente. Tudo isso pq certa vez disseram aos músicos: vcs podem quase tudo, menos abaixar a cabeça. Abaixar a cabeça tinha se tornando quase q um crime, ou, pelo menos, uma manifestação de grande desrespeito aos demais. Assim, os músicos, q não podiam mais ver a partitura nem afinar seus instrumentos, foram deixando de tocar... Perderam a alma!
LM