sexta-feira, 26 de junho de 2009

Metalinguagem

Eu não sei bem de onde veio
só sei que aqui está
essa vontade de dizer
algo que não quer se calar.

ó, mas que poesia fútil!
Que rima inútil.

Tu gostas de poesia?

Olhares, palavras, sim, não.

Mas o prazer é descomunal.
Caminhar, conhecer, amar e desamar.
Me soltar em pedacinhos de folhetos e letras e desenhos.
Para que um olhar atento se atenha, e me diga, e me fale, não importa o preço.

Assim, sem chefe, sem uniformes, sem horários...
Onde posso ter tatuagens e cabelos de fogo.

Onde eu menos espero encontro um diálogo sincero.

Meu propósito além de me espalhar como pólem ao vento?
Com palavras ás vezes tristes mostrar que a amargura é só um lado da felicidade, nem melhor, nem pior , do lado de dentro ou de fora, mera questão de impressão, valores, imaginação.
A condição humana, frios? Humanos? Pedras?
O tempo? Morto? Vivo? No relógio? Ele existe...? Talvez nas rugas, mas e no Ser? E quando tudo está estático...morto o tempo está para os que se renovam a cada dia!
Senhor, Senhora, Senhorita!
E quanto estamos naquela fase da vida na qual parece que estamos num deserto...num ponto neutro, onde nada acontece nem dentro nem fora de nós?
E quando tentamos entender um pouco da vida e mais nos desentendemos com ela, enfim...
...e aqueles momentos que parece que algo está entalado na garganta nos asfixiando?
Cuspamos fora!

Ai! E as dívidas, as dores de cotovelo, as doenças.
Os maiores problemas que nos afligem.

Se tu soubesses o quão grande e sublime és.
E o quão pequeno e ínfimo também tu és.
E que mesmo assim és capaz de mudar o mundo...

É sobre isso que escrevo : humanidade.
Os deuses têm inveja de nós , oras!
Escrevo sobre as dores mais fúteis às questões mais complexas da existência humana.
Ás vezes soa com um timbre de melancolia, mas leia com olhos atentos e verá além da poesia!
E dê um crédito a escritora que sofre de depressão e transtorno bipolar ( risos )
O que importa é que ao ler algo desperte, um sentimento, uma lembrança, uma emoção.
O melhor é que leve à subversão de valores e faça ver o mundo com outros olhos.
Ou ao menos que alguém se encontre em minhas palavras.

Chega de me apresentar,
só lendo-me poderão me conhecer.
Só olhando para dentro poderão se conhecer.
Tudo não passa de um olhar...
Para quem sabe, alguém possa se encantar...
E assim, eu não mais me desencantar
com as horas e noites insones que passo escrevendo...
Esperando você, você mesmo que está lendo.
Me encontrar.


Minha Felicidade
Depois de estar cansado de procurar
Aprendi a encontrar
Depois que um vento se opôs a mim
Navego com todos os ventos
(Nietzsche - Gaia Ciência )


Liege Simon Adjuct

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Estrela em queda

Não há mais beleza em meu sorriso
Prefiro a luz do meu silêncio
Ele diz muito mais e enxerga através dos espelhos e das coisas ausentes.
Mortas sem palavras e de promessas pendentes
É onde eu espero o fim de uma estrada que eu caminho...
Sem chegar...
Aquela escada.
Que leva para cima ou para baixo...não importa muito o lugar...
Já ando sem direção agora
E nem sei mais se quero chegar...
O caminho ou qualquer lugar
Tem cheiro de tédio e desilusão...
então deito-me sobre o chão
E espero nos sonhos...
O que não consigo encontrar...
e então espero que eles me encontrem...
Antes que seja tarde demais
Para alguém me salvar.

É nos maiores sorrisos que se escondem as grandes tragédias.
Tu vês como meu lábios o projetam , e o quanto meus olhos não enganam?
Queria escrever algo otimista e belo.
Sei que está em algum lugar...
Mas já cansei de procurar
Por hoje
Quero apenas me deitar.
Deixe que eu me vá...
Deixe que eu me vá.
Assim será mais fácil
Assim terá mais honra
Mais beleza...do que se eu ficar
Sem certeza
De que conseguirei me curar...
Dessa pavorosa tristeza
que roubou qualquer coisa do meu olhar.


Na saúde ou na doença
Nem comigo quero ficar...por isso nunca fiz promessas
Para depois as quebrar
Deixei sempre recados , alguns dizendo que eu iria voltar
Procurei respostas
Recebi promessas...que eu preferi negar
Para ficar apenas a intensão
De algo que eu sei
Que também iria se quebrar.

Por isso nunca gostei das palavras assim ditas , entregues como frágeis espelhos distorcidos num momento de irracionalidade.
As pessoas deixam-se mudar até as coisas que deviam ser fixas. A palavra e a promessa.
Mudam o que não deviam mudar...
E inflexíveis gessos nas asas.. eu acho até cômico e trágico – não podem nem voar!
Como eu que tenho no coração agora apenas asas...grandes asas para não mais me apegar
à palavras , enganos e promessas.
Por isso , nunca mais iriei me quebrar.

A minha grande promessa não foi feita a pessoas
E sim às estrelas.Disse que deixaria um legado a contemplar...
E parece ironia , pois será um legado de palavras
Para que qualquer pessoa possa encontrar
Tantos ditos de tristeza ou de mágoa
E também de alegria e vitória
Mas onde reside minha glória
São nas palavras de subversão
Das minhas angústias medos
Da minha própria condição.
Que se eleva para os céus...junto das prometidas estrelas.
É onde quero morar...
E cair...numa bela noite...
deixando um risco no ar.
Enfim poderei partir...

[quem sabe quantos pedidos farão ao ver a minha estrela cair...]

LiEGE