domingo, 19 de outubro de 2008

Ich liebe mich

Tire suas sandalhas que este território é sagrado.
Recolha seu lixo e despeje em outro lado.
Não deixe sua podridão em mim quando passar pelo meu caminho.

Ja estou entalada de lixo que não consegui digerir.
O fedor do meu interior exala e contamina todos ao meu redor.

Respeite-me.
Se tu não sabes respeitar os outros, recolha-te.
Mas respeite o solo que pisa...como disse o poeta,

''Se tivsse panos bordados dos céus, eu espalharia sobre teus pés;
Mas sendo eu pobre tenho somente os meus sonhos;
Eu espalhei os meus sonhos debaixo dos teus pés;
Pise com cuidade porque estás pisando nos meus sonhos''

Então, tire seus sapatos e respeite meu território puro, não quero suas mazelas.
Se precisares de ajuda estendo minha mão, mas não me suje, não suje meu mundo.
Não roube meu amor por mim mesma, não compartilhe comigo suas desgraças.

4 comentários:

Bruno Portella disse...

Bonito fazer de seu terreno, algo sagrado. O texto parece pulsar de tanta coisa que você parece ter passado por causa de outros.

Espero não ter pisado forte demais, em nenhum momento, em seus sonhos.

Sinto uma saudade absurda de você, Liege.

Beijos e abraços, daquele que se lastima por não ser tão próximo de você.

Unknown disse...

Texto bonito. Esse foi pequeno e rolou um probleminha de gramática entre os verbos imperativos em terceira pessoa e os pronomes em segunda pessoa, mas só um sistemático perceberia isso.

Seus textos valem ser lidos. Ajudam a me fazer parar para lembrar que eu mesmo existo de vez em quando, já que até no meu próprio blog o meu assunto são sempre os outros.

Orgulho de já ter sido elogiado por você, e orgulho de ver você se tornando cada vez mais limpa nos seus escritos!

Quando vamos ter um livro, heim?

Beijos!

canciones que hablan por mí disse...

linnnnnndo!
mexeu demais comigo, você não sabe o quanto.

João Medeiros disse...

Não é errado amar-se; só é triste deixar de amar - mesmo que se ame só os crepúsculos mal desenhados, e os dedos imperfeitos nos pés.

Para o Kaze - fodam-se os paralelismos sintáticos;