domingo, 29 de junho de 2008
Cores Proibidas
Eu vejo pelas rugas dos seus olhos, garota, que você sorri com sinceridade.
Vejo pelos seus cabelos bagunçados sua inquietude e sei que na sua mente passam idéias a jato...
Você morde o lábio inferior e olha pra cima.
Eu sei como você olha.Eu seu quando você está bem.
Você fala rápido, fala muito, fala sobre tudo, você ri alto.
Arregala seus olhos grandes e castanhos, morde os dedos de leve.
Sinto quando você está prestes a voar de leveza...
E como fica bela sorrindo e falando como uma criança velha demais.
Eu fito seus olhos, você os meus...por minutos seguidos.Eu pego na sua mão áspera e nas suas unhas mal feitas...e você me dá balas de maçã.
Fico pensando como você é com as outras pessoas e seus outros amantes, principalmente os que não sejam utópicos.
Digo que você tem o mundo nas mãos, que és perfeita, mais perfeita do que tudo que já vi...
Digo para cuidar dos seus altos e baixos, menina!
Suas asas se quebram e você chega lá com a cabeça baixa,
quantas vezes te vi morta.
E você renasce assim, algumas semanas depois.Como se fosse imortal.
O mundo faz como aquela história do pássaro colorido demais...
Eles te bicam até a morte!
Eu fico com medo de vc ser bicada ate a morte.
E você tem uma coragem tão cega.
Se joga, abre as asas coloridas e enfrenta o mundo de cara.
É tão belo, e você cai sangrando depois...e volta pra sua casinha.
Eu sempre acho que você aprendeu, mas não! Tu queres mudar o mundo!!
Te chamo de arrogante, mas seu olhar é tão gentil, penetrante, inocente.
Então você coloca uma dúvida em mim.
E além desta, tem outra...de onde vem tanta coragem?
Acho que o que te falta é amor, menina.
Você não ama, seu coraçãozinho é seco.
Você não deixa os outros entrarem...
Você não ama.
Você não é amada, só por mim...só por mim.Em segredo...a distância, platonicamente.
*
Eu...digo que não sei viver sem mostrar quem sou.
Não sei a arte de esconder nada.
Sei outras artes.
Não sei amar...dizem que amar é dar, eu dei tudo de mim...
Que não tenho muita coisa mais.Eu sou vazia. Inferrujada e seca.
Você não viu a confiança que me falta, no mundo, nas pessoas, em mim...
Eu só confio nas minhas palavras que são tão inúteis para quem quero que as ouça.
Sim, tenho medo que entrem dentro de mim e estraguem o resto que sobrou.
E me fecho a mil chaves, por medo. Que coragem você vê aqui?
Eu vou descrendo,
cada dia...
perdendo...
Sumindo...
Nada me faz acreditar, pouco me faz sonhar.
Tiro tudo que tenho de mim.
Vocês não me dão nada, obrigada!
Sim, sou ingrata.
Hoje, nesse momento vou ser ingrata.
Só por mero capricho...
Assim, sem vocês de fato perto de mim, sem as pessoas que preciso...sem o mínimo que preciso de vocês quando estou n chão, eu vou rompendo esses elos humanos. Ficando mais livre.
Dai vocês me olham e eu estou jogada as traças, decadente...e desprezam minha decadência, e ficam com dó de mim. Poucos sabem...que alí no chão eu choro e engulo minhas próprias lágrimas, e levanto, quando levanto é um estrondo...você vê minha grandeza e infinitude...meu olhar desprendido...e se olhar melhor, pode observar que meus pés cada vez tocam menos o chão...e que eu estou começando a voar, e a não fazer mais parte...e chegar a um lugar que ninguém me machuque, que eu possa dançar.
Trágico?
É.
O que eu queria é não precisar disso.
Imagino alguém levantando meu rosto e limpando minhas lágrimas.
E me colocando de pé...como nunca acnteceu.
E contrariando o que o outro disse acima, que minhas cores não vão ser repudiadas.
Amo sim, amo minhas cores. Cada uma delas...e meus detalhes.
E minha dualidade, meu ser paradoxal, antitético.
Que sabe fazer qualquer pessoa ir das lágrimas ao sorriso.
Do pesar a leveza.
Do fundo do mar aos céus.
Eu sei.
Eu posso.
Eu sou.
Eu faço.
Temos vagas para pessoas interessadas.
Covardes, passem longe...ou deixem sua covardia na caixa alí a esquerda perto da porta.
Se perguntarem onde está meu coração, te mando ver o Mágico de Oz.
Então eu te entrego uma venda, te dou uma bocicleta e te empurro do morro...
Você cai no chão la embaixo todo arrebentado.
Daí eu falo:
'' Hora de se reconstruir!''
É assim que começa meu mundo de utopia.
é nesses devaneios que encontro alegria.
De ensinar alguém a voar um pouco.
Como pipas...um dia colorir o céu.
Com estas cores, lindas,
proibidas.
Liege
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