O que eu sou, pareço ser, acho que sou...nada disso sou eu.
São amontoados de egos famintos e agressivos sufocando qualquer coisa que seja eu aqui embaixo.
As pessoas se apaixonam por meus egos...somente isso.
Eu me apixonei por meu ego.
E deixei ele crescer...e ele chora demais quando é ferido, me domina, engole montanhas e pede oceanos...e eu dou, cedo tudo,engulo o mundo para ser grande, vaidosa, mais forte, mais bela inteligente...mais diferente. Unica. Singular.
Eu sou pequena.Muito.
Frágil, simples, com defeitos e qualidades como qualquer outro ser humano.
E agora?
Estou aqui, numa fase infértil da minha vida.
Descabelada, minha pele está feia, estou com kilos a mais que eu gostaria, sem praticar esportes, sem ânimo, sem amores, sem muitos lugares para ir, sem religião, sem nada para me orgulhar...
Nessas horas eu olho para o espelho e me vejo fisicamente feia, e todas as qualidades superficiais caem por terra...as coisas que faço, que não faço, que fiz...
Então não há mais o que valorizar, não há feito que segure valor nessas horas.
A sorte que tenho é que o verdadeiro valor aparece quando você se lembra que o que o amor surge quando você valoriza as coisas pelo que elas são não pelo que elas fazem.
Eu não sou meu cabelo
Nem meus piercings e tatuagens
Nem meus anos de kung fu
Os livros que li
Meu curso de faculdade
Minhas religiões
Os amores que vivi
Não sou minhas dores
Muito menos meus pensamentos.
Eu sou algo que existe quando isso tudo se cala.
Quando os desejos e os medos param de brigar
Os anseios...
Ah, eu sou tão grande quando não sou nada!
Há mais espaço quando tudo fica vazio.
Esvazie.......
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Discordo...
Você é tudo aquilo que acha que não é (no texto), inclusive seu silêncio.
Seu silêncio só existe, por causa dos seus anos de kung fu, seus livros, suas lágrimas e todas suas experiências passadas.
Não é o silêncio uma falta de experiência presente, mas uma oportunidade de uma expeeriência íntima e irracional - muitas vezes horrível e desnecessária.
Mas uma vivência...
True!
Postar um comentário