domingo, 3 de fevereiro de 2008

Bom Dia, simplicidade!

Abri a janela.
E meu jardim eu cuidei, e cuido.
No meio dele há uma grande árvore, com raízes fortes, tronco nodoso...galhos altos, extremidades junto ao vento...e flores...belas flores efêmeras.
No mais...apenas um campo de flores.
E eu alí no meio.
.
.
.
Tinha dois caminhos.
Escolhi um arriscado e cai num buraco.
E resolvi cair dentro de mim.Outra vez, mais fundo, mais fundo, mais ousado.
Onde estava meu coração?
E minha noção de horas?
Eu havia perdido em alguma esquina! Vivia fora das horas...
Mulher de lata do mágico de oz, quis reencontrar meu coração e suas batidas sonoras.
Meu coração tava sumido fazia muito, mas muito tempo...
Abri minhas costelas e procurei nessas teias de aranha, então vi que estava tudo muito sujo e resolvi limpar...água sabão, muito detergente para tirar as coisas impregnadas, os traumas, os nãos, os adeus, as pedras, as opiniões, as vozes, os pensamentos...
Tudo foi com a água.
Depois ficou tudo limpo, claro...
E eu me peguei em questionamentos antigos sobre as coisas simples como aquele lugar limpo e vazio.
Era simples, e belo.
Esplêndido.

Onde estava o amor?
E eu fiquei horas sob sol e chuva de braços estendidos com um cristal na mão para que eu me lembre quem sou.Eu só poderia abaixar quando fosse permitido.
Era assim posição de Cristo...os músculos pareciam não querer mais...então eu ouvi de verdade a música e olhei para o céu.Era simples.
É tão simples.

Veja só...cada coisa exala um cheiro peculiar que você só sente quando limpa tudo por dentro...tudo.
Senti o cheiro da grama molhada e pisada.
Ele me fazia ver que havia dedicação em tudo alí que era construído parecendo ao acaso.
Onde o amor do mundo estava?
Em cada coisa feita com dedicação...
E nada aqui parece ter sido feito sem coração.
Mesmo que ele na sua paixão tenha se enganado.

Tic Tac Tic Tac...

E a outra pergunta? Quem sou eu?
Os grandes filósofos teriam orgulho de mim.
E Deus também.
Teriam orgulho da resposta que achei tateando o chão e subindo nas nuvens.
É...achei, sempre acho os meus pedaços pelo caminho.

Mas é preciso lembrar que desagregar é tão importante quanto agregar.

Então uma explosão de liberdade parecia ate grosseria para quem via!
Tenho direito de ser eu!
De não me importar mais.
De chorar quando quiser, apesar de que agora só quero sorrir!
Direito à tristeza, ao luto, à doença.
Incomode quem incomodar.
Direito é direito!
Direito de rir sem motivo.

Assim é.

Eu me cuido, cada dia me pergunto o que mais posso fazer por mim.
Já não quero mais me contentar com pouco.
E sim com o que é compatível com o que sou.
E não me incomodo.
Não me incomodo mais se te incomodar.

Aprendi a gritar pelo meu lugar
Criar um, faze-lo valer.

E ir embora de cabeça erguida para onde eu não tiver lugar.
Existem tantos lugares no mundo!
Eu gosto dos que frequente, seja na imaginação, no coração (perdido aqui dentro...logo,logo encontro!) ...ou em qualquer outro.
Eu só quero pegar essas pétalas que jorram desse jardim e jogar porai por onde eu passar.
Talvez isso adoce um pouco esses caminhos tortos que encontramos porai né? =)

Que tal lembrar do direito de perder?
Desapego resolve essas coisas.

Dei asas para tudo que eu achei que possuia...voem!

Eu estou pelos caminhos amarelos embusca do meu Tic Tac.
Esses caminhos são todos dentro de mim.

Simples assim.

Liege

PS: Sim, a melancolia e a Liege não tem como andar separadas...coisa de quem ama escrever...é importante sabe? Mesmo que eu esteja explodindo de alegria e voando porai...melancolia anda na minha caixinha secreta que abro para me inspirar e escrever! Dai misturo com os aromas de flores...vamos ver no que vai dar?
Não me importo se incomodar.
É bom mesmo assim! :)

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