domingo, 14 de outubro de 2007

El Labirinto




'' Eu me calava.
- Tu compreendes. é longe demais. Eu não posso carregar este corpo. é Muito pesado.
Eu me calava.
- Mas será como uma velha casca abandonada. Uma casca de árvore não é triste...
Eu me calava.''

Percebi que existem lugares distantes onde moram meus sonhos e desejos cujo meu corpo exausto e cansado nunca poderá alcançar...

Me disseram que possuo o grande estigma de ter sonhos demasiado grandes...como montanhas que se erguem além do horizonte...montanhas que passo a vida a escalar.

Caio, me esfolo...e quando chego ao cume dou-me conta que dali estende-se outra, ainda maior...disseram-me que meus desejos são perenes.

Nunca alcançarei...

Não deste jeito.

Não com este corpo precário.

Demasiadamente pesado para lugares tão leves como meus sonhos.

Demasiado sujo.

Casca.

Então passo a ver um pouco além dele.

Alguns chamam de fuga.

Mas eu já não tenho noção de realidade...

Tudo pra mim é uma mistura homogênea... uma serpente branca que morde a cauda de uma serpente negra que por sua vez faz o mesmo. Formando um ciclo.O meu querido AURIN.

Sei que para chegar a certos lugares terei que abandonar pesos.

Fazer escolhas difíceis.

Estranhas.

Mas já não consigo encontrar minhas respostas aqui.

As coisas aqui são tão precárias, como meu corpo, e não me suprem.

Então caminho num labirinto de pedras em busca do meu verdadeiro eu...leve o suficiente para que eu possa ir a qualquer lugar.Encontrá-lo requer um grande sacrifício...

Eu queria entender tudo que acontece...mas é ilegível demais...por isso penso em voar e ver de longe.

Mas voar me faz ficar longe demais...isolada.

É paradoxal.

Eu não consigo mais me integrar.

Fazer parte dessa peça grande...eu acabei ficando fora de contexto.

Cai aqui por acaso.

Agora procuro algo que me ajude a voltar.



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