domingo, 5 de julho de 2009

Das Beste ( O mais importante )

Então meu ser diz para mim : ‘se eleve! Suba a montanha , ao cume...no topo...de lá tu verás melhor! Verá o todo , tudo como uma máquina que gira cheia de peças complexas fazendo um Absoluto...um absoluto caos organizado , você sabe...’

Eu sempre sei o que meu ser quer...mas nesse caos urbano de vozes internas e externas...de emoções, desejos ânsias...todas essas coisas que não fazem parte de mim...tudo isso confunde a trajetória.Confunde a voz mais real e pura de todas.

Talvez você já tenha sentido que no meio do caos que se instala dentro de você...no meio de emoções, hábitos, vícios, sentimentos, pensamentos, desejos e medos...parece que quando você sem querer para de ouvir todo esse caos uma voz parece sobressair...e você se sente em casa nesses curtos segundos que duram tão pouco...porque essas coisas costumam acontecer muito rápido. Quando você está andando na rua distraído...quando está no ônibus com o olhar perdido...ou quando esta olhando pela janela...ou uma flor, ou o céu..paisagens...figuras...quando você pára para respirar e faz com que seu caos te dê um tempo. Quem já conseguiu isso? Sabia que tem como tornar esse momento uma plenitude? Eu acredito que sim...ou que pode ser mais facilmente acessível....como um recanto secreto que ninguém mais conhece, seu lugar especial...somente seu.

O refúgio

Meu recanto é uma clareira numa floresta bem estranha...cujas árvores são grandes e agregadas...cujo solo de terra úmida se mistura com folhas secas fazendo surgir um cheiro característico...é nessa mesma terra que enfio meus dedos tentando me enterrar e me sentir parte dessa floresta singular que ninguém nunca viu a não ser eu.
Acontece quando abro a porta do meu quarto e encontro um campo verde imenso...e um céu absolutamente azul....e caminho por ele , já de pés descalços...ate chegar à minha floresta...no inicio caminho...depois começo a flutuar porque perto da minha clareira um tapete de flores cobre o solo...e eu me nego a pisar nelas...então vou vagando ate o lugar aberto...em cujo centro uma grande pedra se estabelece...pedra fria que abraço em certos momentos...que me sustentou por vários outros. Aquele solo macio me cobre...e chove nessas vezes em que eu resolvo me sentir parte dessa terra negra...então tudo fica molhado e me sujando com essa terra me sinto mais limpa....enfio os dedos na lama sentindo a vida por baixo disso tudo...e permito que os insetos andem sobre minha pele...aranhas, larvas...e todas as coisas vivas que por ali estiverem....e os lobos sempre aparecem para lamber meus olhos úmidos.As aves...e o espírito das plantas...

Ali eu sinto meu ser na íntegra...
Estou a construir novos lugares...um deles é meu campo de girassóis...
Você deveria ter os seus.
Nesse meu lugar eu me limpo da humanidade...e de qualquer coisa, qualquer agregado....qualquer sentimento é absorvido pela terra...qualquer lágrima é consumida pelos lobos, pelas feras...e eles me libertam...e eu fico ali...meditando e contemplando.

A altura.

Liege Simon Adjuct

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