Era um pássaro rubro cujas penas pareciam arder ao sol.
Desta vez ele ultrapassava desertos.
Mas ja estivera sobre mares
terras férteis
sobrevoando o caos urbano
no subsolo
voando em sonhos
além-céu
Este pássaro conhecia cada pedacinho do mundo...mas queria ir além, queria voar na alma dos seres humanos...penetrar seus corações de ferro.
E fazia isso...e era onde o deserto era mais árido e o sol mais cruel.
E pior...não havia onde pousar.
Ele batia asas freneticamente...
o solo era muito quente.
Há muito a pequena ave vermelha busca onde pousar...um lugar que não a sufoque, que não a machuque...que não vá embora levando o poleiro de descanso.
Sim, ela sabia voar muito bem...
Mas os céus são um tanto solitários
e os firmamentos um tanto instáveis.
Por isso ela tinha tanta vontade de parar como beija-flor, no ar...
mas não seria o suficiente...
Ela queria - já que nada parecia satisfaze-la - sumir.
Voar para cima eternamente e encontrar com a vó Lua.
E o que ela queria na verdade era bem pouco:
Uma varanda para pousar todos os dias...onde alguem estivesse à disposição de ouvi-la cantar.
Acariciá-la.
Sem machucar.
Sem gaiolas...
Sem armadilhas.
Era só isso.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário