Hum...cheiro de capuccino se mistura com a fumaça de seda do cigarro...
O gosto é aveludado, docemente amargo.
O dia é claro, nublado...
e venta. [ Deus está no vento ]
O lugar? Uma grande janela de madeira dando vista para umas poucas casas.
[Isso não impede que meu pensamento transcenda esses tijolos]
O som? No ritmo certo, sempre.
Nas mãos além do cigarro? Oscar Wilde mofado. Cheiro de livro de sebo, usado, lido, mastigado, fatigado : relido.
E é no segundo que a ultima gota de capuccino bambeia nos meus lábios.
Que a braza queima suavemente e o cheiro do tabaco.
É no momento que meus olhos descansam no acaso com total descaso...
...nesses curtos e simples momentos quase inotáveis, neles eu me encontro.
[Um pouco de paz.]
Aquela integridade que a gente costuma deixar poraí nas esquinas da vida.
Solidão? Macia...necessária.
Assim a tarde passa, a noite chega, a musica muda, o cinzeiro enche.
Dias e dias, a mesma janela...
O mesmo quarto...
O mesmo hábito...
E um protagonista diferente.
Todos eles sou eu.
Absoluta sinestesia.
[...que me integro catando esses detalhes de prazer quase banal...quase despercebido, alí...no piscar de olhos. Meus detalhes...meus detalhes...
Tão meus...que adoraria compartilhar com alguém, porque sei que eles continuariam sendo meus....e eu não iria mais me perder poraí desamando a vida das coisas ingênuas]
Liege
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2 comentários:
"brasa" é com "s".
;)
http://quatroventos.wordpress.com/2009/03/18/detalhes-num-texto-sobre-detalhes/
👌👽🖖
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